FRASES MARCANTES

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

(Rui Barbosa).

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Crise de 1929 nos U.S.A

A Crise do Capitalismo – 1929


Dificuldades financeiras nos Estados Unidos provocam venda do Banco Merrill para o Bank of América.” (Folha 15/9/2008)
“4º maior banco dos Estados Unidos, anuncia falência” (Jornal Folha de São Paulo em 15/9/2008).
“Notícias de falências provocam fortes perdas nas Bolsas de Valores no mundo” (Jornal Estado de São Paulo 15/9/2008).
“O governo dos EUA tenta amenizar a crise fornecendo financiamento aos bancos em dificuldades”. (Jornal A Tarde 14/9/2008).
"Devemos reconhecer que isso (a crise) é um evento que acontece uma vez a cada meio século" (Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Central dos Estados Unidos, em entrevista e rede de televisão ABC em setembro de 2008).



As manchetes e as charges acima extraídas de alguns jornais são atualíssimas e parecem ter relação com o fato que aconteceu em 1929. Em parte têm mesmo. As crises no sistema capitalista são eventuais e podemos graduá-las em leves, médias e fortes. O Modo de Produção Capitalista não é perfeito, aliás nenhum é, mas para começo de conversa o que vem a ser Modo de Produção? De forma bastante aligeirada podemos sintetizar este conceito como a forma na qual determinada sociedade organiza sua força produtiva e as suas relações de produção. Por exemplo no capitalismo as relações de produção caracterizam-se pelo trabalho assalariado e pela propriedade privada dos meios de produção. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho para receber o "salário". O capitalista (burguês) que detém os meios para produzir algo compra a força de trabalho. O capitalismo é movido pelo lucro e suas duas principais classes socias são a buguesia e os trabalhadores assalariados. A economia deve ser regulada pela "mão invísivel do mercado" a chamada lei da oferta e da procura. O governo não deve interferir na economia. Deixa que o mercado resolve. Será??? 
A maior potência econômica da atualidade, os Estados Unidos são a referência dos migrantes do planeta em busca de oportunidades de trabalho e melhoria do padrão de vida. Contudo nem tudo são flores, pois milhões que lá vivem não desfrutam de condições satisfatórias de vida. Segundo o Censo de 2003 cerca de 12,5 por cento da população viviam abaixo da linha da pobreza. A imagem dos Estados Unidos como terra das oportunidades se formou na década de 20 do século pasado, disseminada pelo mundo através da propaganda e dos filmes de Hollywood. O “american way life” ou o estilo de vida dos Estados Unidos foi exportado como modelo ideal de sociedade a ser seguido pelos demais paises. Entretanto nem sempre a realidade corresponde à imagem e o sonho torna-se um pesadelo.
Para entender o processo da recessão econômica, conhecida como a Grande Depressão que abateu os EUA em 1929 e por tabela as demais economias do planeta é necessário retomarmos alguns pontos e associarmos as peças do quebra-cabeça.
O termino da 1ª Guerra. As nações européias saíram da 1ª Guerra Mundial com suas economias destruídas. Os Estados Unidos muito pelo contrário, conseguiram obter lucros fantásticos aumentando sua riqueza em 250 vezes. A economia foi alavancada pela exportação de armamentos, alimentos e produtos industrializados aos paises em guerra. Ao termino do conflito além dos créditos com o comércio possuíam um considerável valor em empréstimos aos governos europeus.
Os anos 20. A expansão da riqueza dos Estados Unidos, o chamado PIB - Produto Interno Bruto, Opa!! Qual o conceito de PIB? Corresponde ao valor total dos bens (produtos e serviços) produzidos por um país em um determinado período. Então, voltemos ao ponto em que paramos. O PIB dos EUA obteve um crescimento acelerado e vertiginoso. A produção industrial alcançou elevados picos de vendas. O modelo de produção em linha de montagem trazia rapidez, eficiência e baixo custo aos produtos. Aliado as facilidades ao crédito o cidadão poderia através de empréstimos comprar imóveis e bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos, aparelhos de rádio, etc). Estimulados pela propaganda consumista o ritmo de compras era frenético. Mercado aquecido, expectativa de consumo crescente e valorização das empresas que tendem a sinalizar para investimentos em títulos (ações) na bolsa de valores. Muitos cidadãos vislumbraram a possibilidade de obterem lucros altos e imediatos investindo suas economia em ações.
O Efeito Dominó: A quebra da Bolsa de Nova York foi uma sucessão de acontecimentos desastrosos. Passados alguns anos do final da Primeira Guerra mundial, as economias das nações européias emitem sinais de recuperação, a partir da diminuição das importações de produtos agrícolas e industriais, principalmente dos EUA. Fato que levou a falência milhares de agricultores nos EUA. Apesar disto grandes empresas mantiveram o ritmo de produção em alta. As vésperas dos anos 30 a situação agrava-se e na chamada quinta-feira negra de Outubro de 1929 acontece o pior, a quebra ou “Crack” da Bolsa de Nova York.
Como foi este processo? Em linhas gerais podemos explicar a quebra da bolsa a partir do seguinte aspecto. Na situação de euforia que se encontrava a economia, era comum as empresas emitirem títulos negociáveis (ações) em bolsa de valores. Considerando a expectativa de lucro com a alta nas vendas dos produtos destas empresas, o mercado financeiro compra estes títulos (ações) acreditando obter lucros altos e rápidos. Porem este é um terreno pantanoso e sem as devidas cautelas podem trazer perdas financeiras irreparáveis. Foi o que aconteceu quando o excesso de produtos (superprodução) sem a devida demanda (expectativa de compra) provocam o desequilíbrio na economia. A oferta em demasia acumulou grandes estoques que não encontravam compradores fazendo os produtos encalharem nas prateleiras. O “efeito dominó” se processa, pois sem consumo não existe venda, conseqüentemente não gera receita (dinheiro). A possibilidade de lucro desaparece e o fantasma da falência torna-se real. O temor por maiores perdas leva os investidores a negociarem as ações das empresas vendendo-as na bolsa de valores. A venda contínua e sistêmica das ações de uma empresa provoca a diminuição do seu valor de mercado e indica a desconfiança dos investidores. Este ciclo macabro termina por respingar na ofertas de empregos, pois com a diminuição nas vendas os postos de trabalho são reduzidos, significando desemprego. Enfim os efeitos da crise espalham por todos os setores da economia mundial e repercutem principalmente nos paises capitalistas exportadores de produtos agrícolas, como o café do Brasil (Lembram quando estudamos a Revolução de 1930 - predecessora da Era Vargas? Pois é, os efeitos da crise ajudaram a derrubar  a república do café). Exceto na União Soviética cujo o modo de produção era no Sistema Socialista com economia planificada e sem economia de mercado a crise assolou os paises capitalistas, o desemprego é alarmante nos Estados Unidos com 15 milhões de desempregados e falências generalizadas no campo e nas cidades. Na Europa a Alemanha é afetada por uma gravíssima crise com 6 milhões de desempregados, inflação, fome e miséria. O governo vem em socorro a ecomonia de mercado dos capitalistas (ops!!)financiando o sistema a fim de diminuir os efeitos da crise, criando frentes de trabalho na execução de obras públicas. A esta intervenção do governo na economia dos Estados Unidos para combater a crise chamou-se de o “New Deal” ou Novo Acordo ocorreu no governo do presidente Franklin Roosevelt. Ops!! Mas, segundo as assertivas dos economistas capitalistas que estão no ínicio deste assunto, não seria a lei da oferta e da procura que regularia as relações econômicas?? O governo não deve intervir na economia e deixar a mão invisível do mercado atuar livremente?? O Tesouro dos EUA (o ministério da Fazenda deles) em fevereiro de 2009 desembolsou US$ 2 Trilhões  para socorrer bancos e empresas. Acredito que agora entendem a afirmação de que nenhum modo de produção é perfeito.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Governo Populista - Populismo

A REPÚBLICA POPULISTA 1946 – 1964 (Resumo)

Apesar de habitualmente convencionar-se o período de 1945 a 1964 como o auge do populismo é importante ressaltar que suas raízes não remontam desta época. As suas origens estão na Revolução de 1930. O populismo não foi um advento tipicamente brasileiro, mas latino americano. Trazia a marca de suas origens: a política ambígua como produto de forças transformadoras e contraditórias. Notabilizado por Getúlio Vargas que usou e abusou do carisma pessoal, dos discursos melodramáticos e do uso da propaganda massiva,“grande líder” porta-voz das massas, fundamentando o seu discurso em projetos de inclusão social. Contudo o exemplo que ratifica a contradição do populismo é a denominação dada à Vargas que conseguia, ao mesmo tempo, ser o “pai dos pobres” e a “mãe dos ricos”. características consagradoras do grande ícone populista que, ainda hoje, inspira os hábitos e comportamentos das lideranças políticas contemporâneas. Seu discurso nacionalista, a concentração de poderes políticos, uma delicada teia de interesses e alianças proporcionaram-lhe longa permanência a frente da presidência do Brasil. O populismo de Vargas saudava valores e idéias que o credenciava como
Segundo o sociólogo Francisco Weffort, o populismo, como "estilo de governo", é sempre sensível às pressões populares; simultaneamente, como "política de massa", procura conduzir e manipular as aspirações populares. Isto significa que, aparentemente o comando estava com o povo, porem na realidade, sem aperceber-se a massa popular era sutilmente controlada pelo governante. Podemos retirar a conclusão do que representou o populismo a partir de 3 aspectos:
No plano político/econômico foi o deslocamento do pólo dinâmico da economia - do setor agrário para o urbano -, através do processo de desenvolvimento industrial, em grande parte iniciado pela revolução de 1930.
No plano social, tais transformações econômicas implicaram a ascensão das classes populares urbanas, cujos anseios foram sistematicamente ignorados e reprimidos no período da República Oligárquica.
Do ponto de vista da camada dirigente, o populismo é, por sua vez, a forma assumida pelo Estado para dar conta dos anseios populares e, simultaneamente, elaborar mecanismos para o seu controle.
Vargas foi uma referência do populismo, mas não o único. JK, Jânio e Jango também figuram como representantes deste modelo na época. Posteriormente outros políticos absorveram características populistas em suas trajetórias pessoais, seja no ambito estadual ou nacional. O populismo não acabou. Ainda está em evidência. Como prova apontamos o estilo de governar do presidente Lula ao incorporar aspectos populistas, mantém altos índices de popularidade no Brasil e destaca-se no cenário político internacional. Cito como exemplo do folclore populista o recente fato de ter recebido elogios do presidente Obama ao comentar "Este é o cara" referindo-se a Lula. Portanto "nunca na História deste país" o populismo esteve tão em voga. Importante lembrar que a passagem para o período da República Populista origina-se nas consequências do término da Segunda Guerra Mundial que repercutiram sobre a política interna do Brasil e contribuiram para o enfraquecimento das bases de sustentação do governo Vargas. Justificativa não faltava. Afinal não fazia sentido manter aqui uma ditadura (o Estado Novo) que enviou tropas para combater a ditadura nazifascista na Europa. Situação não condizente ao cenário mundial de restabelecimento das democracias, após a derrota do nazifascismo. As pressões aumentaram para o término do Estado Novo.
Foi assim que o "Reporter Esso a testemunha ocular da História" anunciou a pelo rádio a renúncia de Vargas em 1945: (Clique no link abaixo para ouvir) http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaReporterEssoGetulioRenuncia1945.mp3


Eurico Dutra (1946-1951)
Embora não figure como um típico populista, Dutra foi o primeiro presidente do dito período. Eleito com o apoio do PTB e de Getúlio Vargas, a quem derrubou do poder em 1945, chegou a presidência em uma época conturbada por problemas econômicos e políticos. O aumento do custo de vida provocou manifestações de protesto da classe trabalhadora em reação o governo Dutra proibiu greves e interveio em sindicatos. Vamos observar alguns aspectos deste governo considerando a seguinte classificação:
Contexto político Nacional:
  • Elaboração da Constituição de 1946 (Quinta constituição do Brasil e quarta da República) foi considerada foi considerada liberal e redemocratizante. Características: Foi Promulgada; Manteve República Federativa; O Regime Presidencialista (com mandato presidencial de cinco anos); Independência entre os três Poderes; Autonomia estadual e municipal; Voto universal e obrigatório para alfabetizados maiores de 18 anos; Votação para Presidente e Vice-Presidente.
  • Plano Salte (saúde, alimentos, transporte e energia);
  • Proibição do jogo do bicho e fechamento dos cassinos;

Contexto político Internacional:
  • Alinhamento do Brasil aos EUA no contexto da Guerra Fria (Imperialismo Cultural);
  • Rompimento das Relações Diplomáticas com a URSS;Fechamento do PCB;




Getúlio Vargas – PTB (1951 – 1954):

Em 1950 na campanha para presidente traz a baila Getúlio Vargas. Utilizando seus atributos populistas Gegê, como era carinhosamente chamado, consegue se eleger e voltar ao poder "nos braços do povo". Inova na campanha política. Utiliza o "jingle" de campanha divulgado pelos canais midiáticos, principalmente o rádio, fortalecendo a comunicação com as massas trabalhadoras.  

Afinal nos trabalhadores encontraria um dos pilares de sustentação do governo, cuja principal característica foi a política econômica nacionalista e intervencionista. Característica esta que valeu forte oposição dos adversários políticos e apesar do carisma popular o clima do governo transcorreu em meio a turbulentas crises e resultou no gesto fatídico do suicídio. Fatos do governo Vargas:
  • Plano Lafer (Horácio Lafer): estímulo a indústria de base (Plano Qüinqüenal);
  • Campanha "O petróleo é nosso", com o apoio de Monteiro Lobato, que culminou em 1953 com a criação da Petrobrás;
  • Empresários nacionais, associados a capitais internacionais, financiaram a oposição ao governo através da UDN e do seu líder e governador da Guanabara Carlos Lacerda (dono da Tribuna da Imprensa);
  • A fim de ganhar apoio das massas Vargas adota uma medida populista: o aumento de 100% do salário mínimo, concedido pelo Ministro do Trabalho João Goulart;
  • Atentado a Carlos Lacerda (rua Toneleros, Copacabana no Rio de Janeiro);
  • Suicídio de Getúlio Vargas (24 de agosto de 1954). Carta Testamento: "...saio da vida para entrar na História." Clique no link para ouvir o trecho da Carta Testamento anunciada pelo Repórter Esso: http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaReporterEssoGetulioRenunciaSuicidio1954.mp3


Multidão acompanha o cortejo fúnebre de
Vargas no Rio de Janeiro 







O povo chora pela morte do "pai dos pobres"


Assumem respectivamente a presidência Café Filho (vice-presidente), Carlos Luz (presidente da Câmara dos Deputados) e Nereu Ramos (presidente do Senado). Tentativa de golpe dos udenistas (com o apoio de Carlos Luz), que tentam impedir a posse de JK e Jango, acusando-os de "comunistas" e por não conseguirem a maioria absoluta de votos. A tentativa de golpe foi desarticulada pelo general Henrique Teixeira Lot (Ministro da Guerra).



Juscelino Kubitschek – PSD (1955 – 1961)
Carismático e político habilidoso JK, o presidente "bossa nova", notabilizou-se pelo empreendedorismo e na construção de um Brasil moderno como marca da sua administração. Podemos apontar como principal característica deste governo a política econômica modernizadora e com base no capital estrangeiro. Abriu as portas para o capital internacional, elevou o padrão de consumo da população urbana ao incentivar a instalação das indústrias de bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos). Concluiu seu mandato com a audaciosa e dispendiosa construção de Brasília. Os principais fatos deste governo foram:
Construção de Brasília a marca da adminisração JK.


  • Sua plataforma de campanha e de governo foi o Plano de Metas: "50 anos de desenvolvimento em 5 de governo";

  •  Empréstimos e investimentos estrangeiros. O Plano de Metas previa investimentos em: energia, transporte, alimentação indústria de base e educação.

  • Construção de Brasília (Projeto de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa), construída pelos candangos.

  • Concentração de industrias em SP, Rio e MG. Instalação de indústrias de bens duráveis, principalmente multinacionais automobilísticas;
No final do governo JK, o país teve um aumento considerável da dívida externa e da inflação (superinflação), o que provocou o aumento do custo de vida e poder aquisitivo do salário mínimo caiu consideravelmente;

  • O aumento da inflação do custo de vida e da dívida externa, levou o governo a romper com o FMI e a decretar moratória.

  • Criação da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste);

Jânio Quadros – PTN (1961):
Apesar de ser candidato do inexpressivo partido PTN foi eleito com o apoio da UDN. Comentava-se que: "Jânio é a UDN de porre!". Seu símbolo de campanha foi a "vassourinha" que segundo Jânio, se eleito, varreria a corrupção da administração pública. Particularmente entendo que a escolha de Jânioo foi o voto de protesto do eleitorado. Teve o significado de um recado aos políticos, em virtude do desacrédito nas atitudes das instituições da República no contexto da época. Figura caricata, Jânio, foi autor de medidas polêmicas como a proibição de rinhas de galo e uso do biquíni. No plano da política externa provocou arrepios aos políticos conservadores ligados ao capital estrangeiro (Estados Unidos) quando condecorou Che Guevara em cerimônia oficial. Esquisitices a parte Jânio encerrou seu mandato com uma renúncia pitoresca alegando que "forças terríveis ameaçavam seu mandato" "a mim não falta a coragem da renúncia" . Os principais acontecimentos deste governo:
Jânio condecora Che Guevara em Brasília
  • Manteve uma política externa independente: Reatou relações diplomáticas com a URSS e China Popular. Condecorou o ministro cubano e líder revolucionário de esquerda, Ernesto "Che" Guevara, com a comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul.
  • A UDN rompe com Jânio e Carlos Lacerda, em rede de TV, acusa-o de abrir as portas do Brasil ao "comunismo internacional";
  • Sem apoio Jânio Quadros renuncia(26 de Agosto de 1961): "...forças terríveis levantaram-se contra mim e me intrigam ou infamam... A mim não falta a coragem da renúncia."Assim o
Repórter Esso anunciou a misteriosa renúncia de Jânio: http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaJanioQuadrosRenuncia1961.mp3


Com a renúncia de Jânio, deveria assumir o vice-presidente. Jango estava em visita oficial a China Popular e era considerado pelos grupos reacionários, simpatizante do comunismo. Setores ligados ao grande capital nacional e internacional, com o apoio de parte das Forças Armadas tentaram impedir a posse de Goulart, quando eclodiu em Porto Alegre, depois se espalhando pelo RS e Brasil, o Movimento da Legalidade, liderado pelo governador Leonel Brizola (com o apoio do III Exército), que exigia o cumprimento da constituição e a posse de João Goulart.

João Goulart – PTB (1961 - 1964):
A posse de João Goulart, foi muito tumultuada. Graças as forças da legalidade seu mandato foi garantido. Época em que movimentos pró e anti-revolucionários eclodiram pelo país o governo Jango foi palco do conflito de interesses da implantação de reformas sociais com o capital internacional. A novidade foi a inédita adoção do sistema Parlamentarista,que deveria ser referendado por um plebiscito, tendo como Primeiro Ministro Tancredo Neves; Realização do plebiscito (6 de janeiro de 1963): de um total de 12 milhões de votos, quase 10 milhões de cidadãos votaram contra o parlamentarismo; Podemos caracterizar o mandato de Jango como governo nacionalista e política externa independente. Outros acontecimenos deste governo :


  • Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social:
  • Reformas de Base:   Reforma Agrária; Reforma Urbana; Reforma Educacional; Reforma Eleitoral; Reforma Tributária.
  • Lei de remessas de lucro para o exterior. Desagradou os interesses das multinacionais que operavam no Brasil.

Os trabalhadores deflagaram greves para pressionar os deputados e senadores na aprovação das reformas, as classes dominantes, em oposição, organizavam ,em várias cidades, as Marchas com Deus pela Liberdade, em São Paulo a Marcha teve como uma de suas líderes a socialite Hebe Camargo. Em 31 de março de 1964 começou o Golpe Civel Militar por Minas Gerais (general Olímpio Mourão Filho, apoiado pelo governador Magalhães Pinto), que recebeu a adesão de unidades no RS, SP e GB. Em 1 de abril Jango deixou Brasília e rumou para Porto Alegre, onde Brizola, com o apoio da BM, tentou convence-lo inutilmente a resistir, ambos fugiram para o Uruguai. Termina assim com um golpe militar a República Populista.

A ERA DAS REVOLUÇÕES - RESUMO

Nova onda de Revoluções




Manifestante pinta a cara e protesta contra o governo. A tempestade de manifestações populares varre a região.
 













Introdução. 
Reflita um pouco!!
Atualmente assistimos uma onda de revoltas populares no Mundo Islâmico.
Dois paises, a Tunísia e o Egito, ambos localizados no norte da África e de população predominantemente muçulmana, foram palco de manifestações populares que provocaram mudanças no poder político. Diante da pressão  popular sobre aos ditadores que estavam no poder a várias décadas não restou outra opção senão renunciar. Alguns especialistas já admitem o "efeito dominó" em andamento na região, mas quais são os ingredientes que "fritaram" o poder de duas tradicionais lideranças políticas?
Entre os indicadores da convulsão que se alastra pelo Mundo Islâmico podemos apontar fatores como altos índices de desemprego, governos repressores sem representatividade social e uma população jovem de  nível universitário, com acesso a internet, sem perspectivas e insatisfeitos com a dura realidade que são obrigados a viver. Segundo o especialista em política internacional, Reginaldo Nasser, a participação da juventude deve-se a "uma nova geração de jovens que, embora tenha formação intelectual, não encontra oportunidades no mercado de trabalho. Como resultado, ela se organiza usando a internet, as redes sociais, etc.". 
Nestas condições está pronta a receita para a disseminação da tempestade de protestos populares que provocam um clima de temor nos demais países da região que possuem condições parecidas com as do Egito e Tunísia, a ponto dos governantes da Arábia Saudita, Irã, Jordânia, Líbia, Bahrein, Argélia e Iêmen comandados por ditaduras há décadas tomarem medidas preventivas para enfrentar a crise, colocando as forças de repressão em estado de alerta a fim de que seus países não serem "contaminados" pela onda de protestos e tornarem-se a bola da vez, contudo parece inevitável a continuação de manifestações contra os governos no poder. Ainda é cedo para afirmar, mas podemos estar presenciando uma versão da Era das Revoluções no mundo islâmico.
 
Afinal o que é uma Revolução?
De maneira simplista podemos defini-la de duas formas.
O significado do termo Revolução (do latim revolutio, "uma volta") é uma transformação radical que têm lugar num período relativamente curto de tempo.
No conceito da História acrescenta-se ao significado de Revolução os fatos históricos com quebras ou rupturas radicias seja no campo social, no poder ou nas estruturas organizacionais. Quando se muda a base, a estrutura que esta acima sofre as consequências do desdobramento das ações ou pensamentos oriundos da mudança ocorridas na base.
 
Convulsões e Revoluções sempre fizeram parte do processo civilizatório da humanidade, alguns episódios podem ser classificados pelo tamanho de sua repercussão na História. Eventos denominados de marcas ou divisores de águas. Entre estes momentos estão os ocorridos no século XVIII, em virtude dos quais o historiador Eric Hobsbawm, denominou este período de a Era das Revoluções.
Comumente as pessoas acham que cidadania significa ter o direito de exercer o voto na época das eleições. Entretanto, o conceito de cidadania não se restringe a somente a isso. É algo mais amplo. Os direitos do cidadão não surgem ao acaso, estes são resultado das lutas de indivíduos que desejavam um mundo mais justo, sem opressão e com maiores oportunidades aos despossuídos de privilégios. Alguns direitos que hoje desfrutamos foram e continuam sendo objeto de disputas de interesses entre governo, forças políticas, classes sociais dominantes e movimentos populares. Atualmente o direito das pessoas professarem livremente seus ideais tornou-se possível em virtude da luta e até da morte de muitos no passado que não se intimidaram diante das injustiças, elevaram o tom da voz por igualdade e sonharam por um tempo em que todos seremos iguais.    


A Revolução Industrial. (Resumo)
Os recursos tecnológicos hoje disponíveis nos computadores, telefones celulares, Ifones, etc., são resultados de milhares de anos de experimentos da inventividade humana.  Desde a invenção das primitivas ferramentas da Era Neolítica ao fantástico advento da tecnologia de transmissão sem fio (wi-fi) a humanidade vem acumulando conhecimentos e a medida que o tempo passa tornam-se cada vez mais complexos e sofisticados. Contudo há períodos na História em que estes conhecimentos aceleram o ritmo com mudanças rápidas e abrangentes em diversas áreas da atividade humana. Um destes períodos iniciou-se na Inglaterra, por volta de 1750 e recebeu a denominação de Revolução Industrial.
Qual a importância em compreendermos a Revolução Industrial?
Se pretendemos entender os mecanismos de funcionamento do sistema capitalista na atualidade é fundamental que conheçamos o advento da Revolução Industrial. Principalmente no aspecto relacionado às relações de trabalho. 
Para começo de conversa a Revolução Industrial ocorreu por uma necessidade da burguesia. Através de dois lançes: a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa a burguesia inglesa deu o golpe final do poder absoluto do rei e apropriou-se do poder político. Aliado a isto está o surgimento de inventos como a bomba e tear hidráulico, o trem e o barco a vapor que contribuíram  para uma importante transformação: a substituição da força física (manufatura) pela força mecânica (máquina) ou seja o trabalho da manufatura passar a ser realizado nas fábricas.

O Barco e  locomotiva a vapor além do tear automático foram as invenções importantes durante a Rev. Industrial.
Inglaterra o berço da Revolução Industrial. Quais condições ajudaram-na a ser a pioneira?
- Acúmulo de capitais (conseguido através da exploração das colônias, principalmente na América do Norte)
- Mão de obra disponível (falta de terra na zona rural em virtude dos cercamentos obrigou os camponeses a migrar para as cidades e se tornarem força de trabalho nas fábricas) .
- Estado liberal burguês (a burguesia ocupava o poder político)
-Jazidas de Carvão (principal combustível que movia as máquinas de produção nas fábricas).

A Revolução Industrial pode ser dividida em 2 fases:
1ª - Limitada à Inglaterra -Desenvolvimento nos setores têxtil, siderúrgico e agrícola.
2ª - Expansão do processo industrialista à paises como a Alemanha, França, EUA, Japão. De características monopolista, imperialista e desenvolvimento do neocolonialismo.
Isto posto, a Revolução Industrial gera transformações econômicas, políticas, sociais e culturais: 
-Consolidação do Capitalismo.
-Afirmação do Liberalismo.
-Urbanização.
-Questão social e novas idéias.

Sobre a questão social e o surgimento de novas idéias é importante ressaltar que os desdobramentos sociais ocorreram a partir do rearranjo de classes sociais no capitalismo moderno ou seja o surgimento de duas novas classes com interesses opostos: a burguesia industrial e a classe trabalhadora (proletariado). Contra o modelo de exploração da força de trabalho pelo capitalista (burguesia industrial) as doutrinas socialistas passam a denunciar as condições de trabalho aviltantes dos que produzem a riqueza, no caso os trabalhadores, mas não compartilham desta. Assim está lançada a pedra fundamental do Socialismo.

Duas classes sociais em conflito. Burguesia x Trabalhador

sábado, 9 de abril de 2011

A Formação da República.

O período da Proclamação da República de 1889 à Revolução de 1930, tradicionalmente é denominado de República Velha. Contudo nos últimos anos, o termo vem sendo gradualmente substituído por Primeira República, porém, as interpretações sobre o período não sofreram alterações significativas.



Charge simbolizando os novos tempos: A República chegou, mas será que melhorou a vida da população?




Primeira Bandeira da República. Criada por Ruy Barbosa usada de 15 a 19 de novembro de 1889

Novos Tempos , novos atores e nenhuma mudança.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Esta estrofe do Hino da República dá a impressão que os autores deste episódio da história nacional são todos os brasileiros, mas não foi bem assim. As asas das liberdades foram abertas sobre os militares, as elites e alguns intelectuais republicanos, mas não sobre a maioria do “povo”. A propósito a palavra “povo”, literalmente, não faz parte do hino republicano.
Sem disparar um só tiro (de fato apenas duas salvas de tiro aconteceram) para demonstrar que se tratava de um golpe e não de um desfile militar os 600 soldados da tropa perfilados no Campo de Santana, talvez desconfiassem que participavam, desavisados, de uma manobra para derrubar o regime imperial do Brasil.
Nas últimas décadas do século XIX o regime monárquico viveu um processo constante de crise, refletindo o surgimento de novos interesses no país, associados a elite cafeeira, aos militares, às camadas urbanas e aos imigrantes, sendo que estes ultimos representavam a nova força de trabalho. O entendimento da crise no sistema monarquico é importante para visualizarmos o desfecho da proclamação da República. A crise religiosa, a crise miliar e a abolição da escravidão provocaram profundos abalos na sustentação do regime imperial. A monarquia, no Brasil, não caiu com um estrondo, mas com um suspiro 
Quadro de Bendito Calixto pintado em 1893 retrata a cena da proclamção no Campo de Santana, no Rio de Janeiro.
Mas afinal quem fez a República no Brasil?
Parte da resposta está na imagem acima, retratada por Benedito Calixto. O olhar mais atento da cena constata-se a ausência de um personagem essencial. Então, já descobriu o grande ausente? A conclusão que chegamos é que certamente a população não foi convidada para participar.
O movimento que eliminou a monarquia no país foi comandado pelo exército, unido à elite agrária, particularmente os cafeicultores do oeste paulista. Estes últimos, há duas décadas haviam organizado um partido político, o PRP - Partido Republicano Paulista - que defendia o ideal republicano, além do fim da escravidão e o federalismo que garantiria a autonomia estadual. Foi desta maneira que a elite cafeeira procurou conquistar o apoio dos setores urbanos, de diferentes classes sociais e das elites regionais. A História da República brasileira é recheada de fases. Nos primórdios republicano os presidentes eram militares e por isso esta fase ficou conhecida como a República da Espada, depois consolidou-se a República das Oligarquias, título que firmou-se no processo histórico republicano. Os presidentes eram representantes das elites e davam de costas as carências da população.
Através de alguns mecanismos de manutenção do poder as oligarquias implementa a chamada “política dos governadores”, um federalismo peculiar, baseado em alianças e trocas de favores políticos entre os poderes federal, estadual e municipal. Esquema pelo qual as elites se benefiiaam e mantinham o povo afastado das decisões políticas, favorecendo a consolidação das oligarquias regionais. Na base da política dos governadores estava a figura do coronel, líder político local que media o seu poder pela quantidade de votos que controlasse. O povo, principalmente do interior, estava submetido ao "coronelismo e ao banditismo". A impunidade e a fraude política marcaram esse período. Além dos coronéis, havia também a "Comissão de Verificação",  mais um instrumento político a serviço da reprodução de resultado favorável das eleições para o grupo dominante. O voto não era secreto e a maioria dos eleitores estava sujeita à pressão dos chefes políticos locais (os coronéis). No âmbito nacional a República brasileira era dominada por diversas oligarquias estaduais, principalmente de São Paulo e Minas Gerais.
Por sinal durante grande parte da história republicana nacional o povo de baixa renda esteve excluído do processo decisório político. As oligarquias montaram uma estrutura de poder que atendia aos interesses das nossas elites, afastando parcelas significativas da população. Devido a este esquema, apenas a minoria da população, as oligarquias, era atendida em suas reivindicações. Portanto contraditando o significado da palavra República (Res= coisa e publicus= de todos) o regime político que deveria ser do povo e para o povo na prática servia aos interesses de poucos: as oligarquias.  O povo brasileiro cada vez mais marginalizado era vítima da exclusão política e social. A insatisfação com o regime republicano ficou patente e muitos dos excluídos sentiram-se traídos pelas promessas republicanas e não foram poucos os movimentos de contestação da ordem. Diversas revoltas ocorreram no campo ou nas cidades. Como exemplos significativos, podemos citar: a Guerra de Canudos, o fenômeno do Cangaço, o Contestado, a Revolta da Vacina e a Revolta contra a Chibata.

AS REVOLTAS SOCIAIS NA PRIMEIRA REPÚBLICA.
A visão do estrangeiro sobre as revoltas. A revolta de Canudos (1895-97), a (1904 Revolta da Vacina) e do Contestado (1912-16) repercutiram no Exterior como movimentos contrários, respectivamente, à República Brasileira, ao saneamento do Rio de Janeiro e à implantação de uma ferrovia na Região Sul. Assim sendo, foram vistas pelos países estrangeiros como ocorrências de caráter retrógrado, que poderiam dificultar a modernização do Brasil e seu maior entrosamento com o capital internacional, na qualidade tanto de mercado consumidor como de exportador de matérias-primas. A versão de que as revoltas sociais atrasavam o desenvolvimento do país veiculada pela imprensa da época e durante muito tempo constou nos livros de História. Porém uma releitura destes movimentos sociais trazem uma nova interpretação, colocando os movimentos reividicatórios como um enfretamento dos desassitidos à política.
Coronelismo e Messianismo. Em 1934 morria em Juazeiro do Norte (Ceará) um "messias", também perseguido pela Igreja Católica, porém, ao contrário de Antonio Conselheiro (Bahia), o Padre Cícero Romão Batista era um aliado dos coronéis do Vale do Cariri, que a partir de 1912 lutaram contra a política de intervenções do governo federal e derrubaram o governador. A seguir vamos detalhar como dois conceitos: O coronelismo e o messianismo, fizeram parte do cenário da Primeira República.
O MESSIANISMO
Considera-se como movimento messiânico, aquele que é comandado por um líder espiritual, um "messias", que a partir de suas pregações religiosas passa a arregimentar um grande número de fiéis, numa nova forma de organização popular, que foge as regras tradicionais e por isso é vista como uma ameaça a ordem de poder constituída ou seja atinge os interesses dos líderes políticos locais - os coroneis. Esses movimentos tiveram importância em diversas regiões do país; no interior da Bahia em Canudos, liderado pelo Antonio Conselheiro, em Juazeiro do Ceará, liderado pelo Padre Cícero, no interior de Santa Catarina e Paraná, liderado pelo beato João Maria.
Como o messianismo foi possível ? Devido a algumas condições objetivas como a concentração fundiária, a miséria dos camponeses e a prática do coronelismo, e por condições subjetivas como a forte religiosidade popular e a ignorância. Os grandes grupos sociais (a massa popular miserável) que acreditaram nos messias e os seguiram, procuravam satisfazer suas necessidades espirituais e ao mesmo tempo materiais.
O CORONELISMO
Após a Proclamação da República, a maior autonomia dada aos Estados, ajuda a desenvolver o coronelismo. O coronel era o chefe político local, grande proprietário de latifúndio, que utilizava-se de jagunços e agregados para manter e ampliar seus "currais eleitorais", influenciando a vida política municipal e estadual. O prestígio político do coronel era medido pela quantidade de votos que controlasse ou seja o “voto de cabresto”. Havia ainda as disputas entre os coronéis, envolvendo as contendas por terras ou pelo controle político da região e no Estado.

AS REVOLTAS POPULARES RURAIS.














Vista de Canudos do alto do morro da Favela.               Prisioneiros capturados após a rendição    
           

A GUERRA DE CANUDOS.
No sertão da Bahia, no final do século XIX, travou-se a Guerra de Canudos, uma das mais sanguinárias revoltas populares da história brasileira. Movimento de cunho religioso, adquiriu coloração política, passou a ser considerado subversivo pelo governo e se alastrou em áreas socialmente carentes e miseráveis. Canudos era um arraial do interior da Bahia, área isolada e de difícil acesso. Na região se instalou a partir de 1893 o beato Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro. Antes, o beato percorrera o sertão pregando transformações, profetizando o fim do mundo, mas não demorou muito para despertar a ira das autoridades e do clero católico, que o consideravam e a seus seguidores uma ameaça ao "establishment"
(ou seja poder constituido). Defendia que os homens deveriam livrar-se das opressões e injustiças que lhes eram impostas; avalie o peso desta afirmação bombástica no contexto da época. Corroborando para isto o Conselheiro comandou uma queima de editais de cobrança de impostos e, em seguida, refugiou-se com seus adeptos em Canudos. A partir daí, seu exército, uma grande massa de pobres e maltrapilhos, só cresceu, chegando a uma população de 30 mil pessoas. “A República tinha medo da idéia socialista em plena caatinga, contra o poder do coronel e o latifundiário”. Esta afirmação está inevitavelmente associada ao porquê a elite temia o Conselheiro. Ao chegar do alto da colina e abrir os braços, disse “É aqui” , Conselheiro não fundou somente um arraial, adotou um sistema igualitário, com a distribuição dos bens; recebendo famílias de todas as partes do Brasil. Isto era extremamente temerário para os líderes políticos locais. Conselheiro estabeleceu uma comunidade de natureza socialista, em plena caatinga nordestina, baseada nos anseios das massas camponesas, influenciado também pelas idéias do cristianismo primitivo. Entretanto mesmo que suas atitudes fossem socialistas não há indícios que tivesse conhecimento das bases teóricas da Obra de Karl Marx. Conselheiro desenvolveu uma das primeiras experiências socialistas no mundo: em Canudos, cada família entregava metade de suas posses para o conjunto da comunidade, mantinha roças e criações familiares, vivia desse trabalho e sustentava os desvalidos que iam chegando. Este era o "pecado" de Conselheiro que tirava o sono das autoridades locais: ao permitir o acesso a terra acabando a dependência dos setanejos aos "favores" do coronel ou seja destruia o esquema de manutenção de poder das elites políticas, consolidando a idéia de não sujeição do povo ao mando dos representantes do poder vigente. Portanto a experiência de Canudos precisava ser detida a qualquer custo.
Conselheiro seguia princípios da igreja católica e impunha regras religiosas rígidas a seus seguidores, obrigados a rezar terços todas as noites. A perseguição à comunidade aumentou após relatório de frades capuchinhos que apontavam Conselheiro e seus beatos como adeptos de seita político-religiosa lastreada em superstições e fanatismo. Aos poucos, o movimento adquiriu caráter de oposição à República instalada anos antes no país. O governo do estado começou a despachar tropas para destruir o arraial e estas eram irremediavelmente dizimadas pelo bando de beatos. Mas, a morte de um coronel do Exército ,o arrogante Moreira César, mudou o curso dos combates. A Guerra de Canudos no sertão da Bahia ganhou as manchetes dos jornais do Brasil e do mundo e para lá jornalistas chegavam para cobrir as notícias da guerra. Até que em 1897, na quarta incursão de tropas governamentais à região, com a supervisão do próprio ministro da guerra os militares incendiaram Canudos, mataram toda a população e degolaram os prisioneiros. A Guerra de Canudos deu origem a um dos clássicos da literatura brasileira, o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha que pontuou o seu olhar sobre um dos episódios mais dramáticos da Primeira República.


O CANGAÇO

Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), surgiu, no nordeste brasileiro, grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava as margens da sociedade a maioria da população. Portanto, podemos entender o cangaço como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos cangaceiros, mas não somente por este prisma, como nos ensina o professor Júlio Chiavenatto ao desmistificá-los, mostrando que "o Cangaço é um sistema de luta de classes que se processava no Nordeste. Só que o cangaceiro não tinha consciência social e o Cangaço acabava sendo simplesmente uma reação à miséria que não se resolvia de forma racional, se resolvia pela violência. (...) O cangaceiro não tem nenhum fim social na sua luta, ele não busca posse de terra e a justiça social, ele luta simplesmente pela sua sobrevivência e o Cangaço passa a ser um meio de vida."
Cangaceiros andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em movimento, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem nas cidades pediam recursos e ajuda aos moradores locais. Aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a seqüestrar fazendeiros para obtenção de resgates. Aqueles que os respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude de ajudar, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população humilde da época que os consideravam a única forma de obter justiça.
Por não seguirem as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos policiais (os macacos). Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do Cangaço”.
















     A imagem macabra após a captura do bando de Lampião

Lampião,  o "Rei do Cangaço". Bandido ou justiceiro?

A Crise na Primeira República

A princípio devemos considerar que a ERA VARGAS correspondeu a um período historicamente muito rico para o Brasil. Em linhas gerais esta fase representou mudanças e ou reajustes de interesses entre os grupos sociais. Estas alterações representariam em tese a quebra do paradigma (modelo) da República Velha ou Primeira República através do advento da Revolução de 30. Porém para compreendermos melhor como foi possível a Revolução de 30 (que corresponde a primeira fase da ERA VARGAS) será necessário voltarmos ao período anterior e verificarmos quais condições contribuíram para o desgaste do modelo em vigor.
Na primeira década do século XX, o acordo entre as elites que davam sustentação ao regime oligárquico apresentava sinais de esgotamento. A República sonhada não correspondia aos princípios praticados. Frustrou as expectativas da população, portanto não era de causar espanto a quantidade de manifestações de insatisfação popular que eclodiram pelo país, além das críticas ao modelo de condução da economia e da política agitavam diversos setores da sociedade entre os quais a classe trabalhadora e as camadas médias urbanas. O mal-estar chegou a atingir até alguns representantes das oligarquias em várias regiões do Brasil.  Nas forças armadas a insatisfação era notória e crescente, na Marinha foi sinalizada pela Revolta dos Marinheiros de 1910  e no Exército os jovens oficiais genericamente denominados de "tenentes" acirravam os ânimos contra o regime oligárquico pregando o fim das oligarquias, melhoria no processo eleitoral com implantação do voto secreto, política nacionalista e centralização do poder.    
De maneira geral podemos atribuir que dois problemas graves afetaram a República oligárquica:
1- Os privilégios econômico-financeiros do setor agrícola (principalmente o cafeeiro)
2- A estrutura política baseada na corrupção e no voto de cabresto.
Estes dois fatores eliminavam a representatividade política dos grupos urbanos (principalmente a burguesia industrial paulista em ascensão). Interesses contrariados o grupo formado por banqueiros e industriais que junto a classe média urbana, aos operários e aos imigrantes iniciam uma proposta de “modernização” do país e para tanto seria necessário focar as prioridades do governo para a indústria e não mais na agricultura. O poder político dos coronéis (nordeste) e dos barões do café (sudeste) estava em xeque. Durante a década de 20 travou-se a queda de braço entre os grandes latifundiários e a burguesia urbana, porém um acontecimento externo e de repercussão global afetaria mortalmente o poder econômico dos cafeicultores: A Crise de 1929.
Enfraquecidos, ou melhor, falidos pela crise econômica os barões do café perdem prestígio político. Era a oportunidade que as elites urbanas precisavam para tomar o controle da política nacional.
A palavra de ordem era “Modernidade” e em nome desta, movimentações amplas seriam realizadas para colocar o país nos trilhos do desenvolvimento. O discurso modernista representava o novo, o inédito e para tanto seria necessário desvincular-se da imagem da economia agrária e da sociedade rural a fim de deslocar as prioridades para a economia industrial e a sociedade urbana. Ao final esta última conseguirá impor seus interesses. O descontentamento geral instaurou-se país afora, diversos grupos sociais emitiam sinais de que desejavam a renovação da vida nacional. Isto também foi percebido na área cultural com o advento da Semana de Arte Moderna .
Em fevereiro de 1922 um grupo de jovens artistas, patrocinados por membros da elite industrial paulistana, promoveu no Teatro Municipal de São Paulo o evento denominado de Semana de Arte Moderna. Reunindo nomes que representariam a nata do denominado movimento Modernista Brasileiro como os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, o maestro Heitor Villa Lobos, os pintores Anita Malfatti e Di Cavalcanti, além de outros. Influenciados pelo Modernismo europeu, estes artistas apresentaram suas obras que destoavam por completo daquilo que a platéia e os críticos conservadores entendiam por arte. A reação da platéia foi violenta: além das vaias, objetos foram arremessados ao palco. 
Com tanta irreverência, diante das formas acadêmicas A Semana de 1922 tornou-se um marco na renovação das artes no país, criando novos referenciais para as futuras produções artísticas. Paulo Prado, um dos patrocinadores do evento, comparou a uma "Renascença moderna" e afirmou: "A semana de arte foi o primeiro protesto coletivo que se ergueu no Brasil contra os fantoches do passado... Assim iniciou o grupo de Arte Moderna a obra de saneamento intelectual de que tanto precisamos".        
A Reação Republicana.
Foi como ficou conhecido o movimento de oposição apoiado por militares e pelos políticos do partido republicano dos estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro cansados da alternância de mineiros com paulistas na presidência da república. Extremamente tensa e tumultuada, a campanha eleitoral levou a crise do seio das oligarquias ao interior dos quartéis. Em virtude do caso das "cartas falsas" os candidatos a presidência trocaram farpas pela autoria do teor das cartas fato que provocou incidente da luta armada no Recife que terminou com a intervenção do governo federal e a prisão do marechal Hermes da Fonseca. 
Revoltas Tenentistas
Após a prisão do marechal Hermes da Fonseca, 302 militares jovens do Forte de Copacabana, Rio de Janeiro, promoveram um levante. Para reprimi-los o governos cercou o forte com cerca de 3 mil soldados. Numericamente inferiorizados a maioria dos revoltosos se rendeu, mas para 28 militares a causa não estava perdida e de armas em punho saíram em marcha pelas ruas de Copacabana.  O episódio conhecido como os 18 do Forte foi a primeira manifestação de repercussão nacional do movimento tenentista. Em afronta ao governo a marcha dos tenentes teve a participação de um civil, um engenheiro, que se somou aos rebeldes, porém morreu nos combates que se seguiram, assim como a maioria dos oficiais rebelados contra as oligarquias no poder. Apenas dois sobrevieram aos combates: os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
Outro movimento tenentista de repercussão nacional foi a Coluna Prestes. Liderados pelo major Miguel Costa e pelo capitão Luis Carlos Prestes a coluna percorreu o interior do Brasil por mais de 2 anos e cerca de 25 mil quilometros a pé combatendo o governo e defendendo os ideais tenentistas. Utilizado táticas de guerrilha o grupo de 1500 pessoas venceu muitos combates que travou com as forças do governo. Até Lampião foi convocado pelo Estado para combater a coluna durante sua passagem pelo sertão nordestino, ganhando o título de capitão, mas o cangaceiro desistiu do combate e preferiu ficar com as armas que recebeu do governo para lutar contra os rebeldes. Após dois anos a Coluna Prestes estava reduzida a pouco mais de seiscentas pessoas mal armadas, cansadas e sem auxílio resolveram dissolver a Coluna Prestes e refugiarem-se na Bolívia. Tempos depois Prestes se converteria à doutrina Marxista e filiaria-se ao Partido Comunista do Brasil - PCB, tornando-se por muitos anos seu principal dirigente.
A Revolução de 1930 - Introdução
A Revolução de 1930 deu início a uma nova etapa de nossa história política, que estendeu-se até 1945, essa fase foi marcada pela liderança política de Getúlio Vargas. Podemos segmentá-la em Revolução de 30, Fase constitucional e O Estado Novo (1937-1945) este ultimo um período ditatorial da história brasileira, baseou-se em burocracia complexa e poder centralizador, com intervenção do Estado na economia e nos sindicatos.
Vargas foi o candidato da conciliação “nacional” e representava os interesses das elites. Se por um lado pregava a modernização do Brasil (atendendo aos desejos dos industriais e banqueiros) por outro era filho de rico estancieiro gaúcho (grande produtor rural). Esta dúbia característica foi um fator de apaziguamento em torno do nome deste gaúcho de São Borja. Durante sua trajetória Vargas exercitará sua habilidade de transitar entre as camadas da sociedade. Vezes afagando as elites outras vezes protegendo as massas populares.

domingo, 11 de abril de 2010

AS REVOLTAS SOCIAIS URBANAS

Imobilismo Social do brasileiro antes e agora. Mito ou verdade?

Nas aulas anteriores aprendemos sobre as revoltas sociais rurais da Primeira República. Abordamos a grave situação e o panorama que viviam as populações na área rural do Brasil , mais especificamente no sertão nordestino. A Revolta de Canudos e o fenômeno do Cangaço espelham o grito dos excluídos em relação ao descaso do governo republicano, com os mais necessitados que por acaso constituiam a maior parcela da população brasileira na Primeira República.
Apesar das origens apontarem para o problema do acesso a terra Canudos e o Cangaço possuiram objetivos distintos. Canudos está ligado a luta pela a terra enquanto o cangaceiro não tem consciência do seu papel social e não luta pela terra apenas utiliza o cangaço como meio de sobrevivência no sertão nordestino. Como escreveu Euclides da Cunha, na sua obra Os Sertões: "Canudos não se rendeu" e não foi por acidente que a repercussão deste acontecimento, sem precedentes na História do Brasil, nos remete a refletir sobre a questão do imobilismo social do brasileiroMito ou verdade? A percepção que habitualmente possuimos a respeito é a da passivaidade do brasileiro, cidadão passivo que apenas aceita as mudanças como tem sido caracterizado na História do país de que culturalmente o povo segue o ritmo da "evolução preguiçosa" sem optar por mudanças bruscas com rupturas violentas através de luta armada. Como diz Wanderley Guilherme "é o mito da história sem sangue, sustentado e alardeado durante muito tempo pela historigrafia oficial . É a bandeira cínica da cordialidade". Contudo o que dizer dos movimentos socias, sejam de origem rural como Canudos e Contestado ou urbanos como as Revoltas da Vacina e dos Marinheiros, senão a demonstração que a participação popular teve e tem crescimento significativo a ponto de promover a percepção do cidadão como sujeito histórico ativo agindo fora das estruturas políticas formais para reclamar direitos. Acredito ser a História o ambiente propício para  buscar os  elementos que promovam a reflexão efetuando o contraponto entre as "permanências" históricas e a evolução da estrutura política republicana da época da Primeira República até a atualidade.    


Foto de Canudos em 1897. Mulheres e crianças capturadas após a queda de Canudos



Lampião, jovem. O Rei do Cangaço A Foto macabra da captura do bando de Lampião (ao centro abaixo) em 1938.




Para saber mais sobre o Cangaço e A Guerra de Canudos clique nos links abaixo:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u59.jhtm

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u47.jhtm


As revoltas urbanas na República Velha ou Primeira República.

Na República Velha ou Primeira Republica como é denominado o período que iniciou com a Proclamação da República em 1889 e terminou com o movimento de 1930, após depor o presidente Washington Luis, as revoltas sociais eclodiram de norte a sul do Brasil. Durante esse período as oligarquias consolidaram-se no poder, apoiadas em sua riqueza, mas também em uma estrutura política típica, desenvolvida pelas e para as elites.No entanto, não podemos imaginar que, apesar de controlarem o poder de forma hegemônica durante mais de 30 anos, essa tenha sido uma tarefa fácil. Os trabalhadores, marginalizados politicamente e explorados economicamente rebelaram-se diversas vezes contra o poder das oligarquias, tanto nas cidades como no campo.

AS CIDADES BRASILEIRAS - O PANORAMA URBANO
Desde o final do período monárquico as cidades conheceram um crescimento acentuado, apesar de o país preservar uma estrutura econômica essencialmente rural. A atividade financeira e industrial contribuíram para essa urbanização, assim como a abolição da escravidão. Nesse sentido o crescimento foi acompanhado pela formação da classe operária e de uma camada de trabalhadores braçais desqualificados, negros e mulatos, marginalizados ainda pelo preconceito racial. O crescimento desordenado das cidades, em especial o Rio de Janeiro - capital do país - foi acompanhado pela segregação aplicada às camadas pobres da população que foi ocupando a periferia da cidade, as áreas baixas, sem as mínimas condições de saneamento. A pobreza era bastante acentuada, fato que contribuiu para a eclosão de movimentos que passaram a contestar a ordem estabelecida.

A REVOLTA DA VACINA
Ocorreu no Rio de Janeiro em 1906, contra a política de vacinação forçada adotada pelo governo de Rodrigues Alves no combate à epidemia de varíola. No início do século, a capital do país foi assolada por algumas epidemias, como a peste bubônica e a varíola, e contra esta última, o governo promoveu a vacinação da população. Aparentemente uma medida do governo em benefício da população transformou-se radicalmente seu contexto por sua exagerada conotação política. Uma leitura mais apurada deste processo remete a questões de ordem política e ao preconceito social. Os pontos da discódia estavam :
1- No projeto de modernização da capital do Brasil que implicava na destruição de cortiços e favelas com a finalidade de ampliação das avenidas e construção de novos prédios (inspirado em Paris). Para tanto era necessária a expulsão da comunidade pobre das regiões centrais acarretando alta do custo de vida.  
2- A vacinação foi decretada obrigatória, e o governo formou então as brigadas sanitárias, grupos encarregados de promover a vacinação nos bairros, que utilizou-se de grande violência.
3- A propaganda contrária realizada por grupos monarquistas, aproveitando-se do desconhecimento da situação por parte da população, estimulando-a à rebelião.
Notem que nos dois casos há um profundo desprezo pelas camadas populares. As elites, tanto no poder quanto na oposição, não possuíam a mínima preocupação em esclarecer a sociedade em relação aos procedimentos adotados, muito pelo contrário aproveita a ignorância e desinformação da população humilde para veicular notícias infundadas. Neste aspecto é importante refletir sobre o papel da mídia como formadora de opiniões e posicionamentos políticos. Este episódio da História do Brasil nos ensina ser necessário acautelarmos diante dos noticiários a fim de não participarmos como massa de manobra nas mãos dos meios de imprensa. A rebelião ocorreu nos bairros, onde a população ergueu barricadas e com pau e pedras enfrentou a polícia. Após intensa repressão e a prisão de várias pessoas, a vacinação foi completada, eliminando-se a varíola da cidade.
A REVOLTA DA CHIBATA OU DOS MARINHEIROS
O movimento iniciou-se em 22 de novembro de 1910 no navio Minas Gerais. Os marinheiros rebelaram-se contra os maus tratos, comuns na marinha brasileira, em especial, o costume de chicotear os marinheiros considerados faltosos e principalmente aos negros. Apesar de ocorrer contra os castigos, determinados ao marinheiro Marcelino Menezes, a revolta já vinha sendo preparada há meses, e os marinheiros estavam bem organizados, dominando com rapidez outras embarcações. Apontando os canhões para a cidade do Rio de Janeiro, os marinheiros exigiam o fim dos castigos corporais, a igualdade de tratamento pelos oficiais e a melhoria na alimentação. O governo de Hermes da Fonseca, foi obrigado a atender às reivindicações e a conceder anistia aos líderes do movimento. Contudo uma vez desarticulada a revolta o governo voltou atrás e os líderes acabaram presos e muitos morreram torturados. O principal líder, o marinheiro João Candido, conhecido como "Almirante Negro" acabou sendo absolvido em 1912. Apesar dos reverses do movimento o castigo corporal foi abolido da marinha.

Para saber mais sobre a Revolta da Chibata clique no link abaixo:

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/revolta-chibata.jhtm



João Candido, liderou a Revolta dos Marinheiros e ficou conhecido como o Almirante Negro.


O CONVÊNIO DE TAUBATÉ

O Convênio de Taubaté foi mais uma das negociatas com as quais determinados segmentos utilizam-se do Estado Brasileiro para sanar dificuldades financeiras. Diante dos problemas na economia, ao invés de deixar para o mercado a livre acomodação da crise, tanto os governos estaduais como o federal decidiram intervir pesadamente utilizando recursos públicos. A hipocrisia do discurso liberal da República velha desmascarou a contradição através do intervencionismo estatal na regulação do preço do café.
Ao contrair empréstimos para salvar um setor em crise, foram gastos recursos públicos em benefício de determinado grupo. Considerando evidentemente a importância que o negócio desse setor representava para a economia brasileira, justificava-se o socorro do governo como medida para conter a crise do país, e não a dos produtores de café ou seja uma piada de mau gosto as custas do dinheiro público. Na lógica pervesa da oligarquia cafeeira o Estado deveria servir de tábua de salvação as custas do endividamento e prejuízo financeiro do país.
Ao mesmo tempo, é preciso considerar o peso político que a elite do café tinha sobre a máquina pública. Lembramos que o Presidente da república era o representante do cefeicultores, daí deriva-se a utilização de mecanismos de manutenção do poder como por exemplo, a política do "café com leite" e política dos governadores.

DA DITADURA MILITAR (1964 A 1985) À NOVA REPÚBLICA

A Ditadura Militar ( Resumo)


No plano interno o golpe militar de 1964 foi efetivado com o objetivo de evitar a ameaça comunista. O regime militar foi marcado pelas restrições aos direitos e garantias individuais e pelo uso da violência aos opositores do regime. No plano externo verificamos a inserção do Brasil no contexto da Guerra Fria, através da aplicação da Doutrina Truman ou a política do Big Stick (grande porrete) que ajudava na logistica de implantação de Ditaduras na América Latina, afim de que o exemplo de Cuba não prosperasse no Atlântico Sul. 
O modelo político do regime foi caracterizado por:                                  
* Fortalecimento do Executivo que marginalizou o Legislativo (através da cassação de mandatos) e interferiu nas decisões do Judiciário (como por exemplo a publicação dos atos institucionais);       
* Centralização do poder, tornando o princípio federativa letra morta constitucional;     
* Controle da estrutura partidária, dos sindicatos e demais representações;    
* Censura aos meios de comunicação e intensa repressão política – os casos de tortura eram sistemáticos.       
Já o modelo econômico do regime militar foi marcado pelo processo de concentração de rendas e abertura externa da economia brasileira.


Governo do marechal Castello Branco (1964 / 67)
Foi eleito por vias indiretas, através do Ato Institucional 1 (A.I. 1), em 10 de abril de 1964. Houve uma farra de atos institucionais ou A.I. Em seu governo foi criado o Serviço Nacional de Informação (SNI). Seu governo é marcado por uma enorme reforma administrativa, eleitoral, bancária, tributária, habitacional e agrária. Criou-se o Cruzeiro Novo, o Banco Central, Banco Nacional da Habitação (BNH) e o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS). Criou-se também o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Assinado o Ato Institucional nº2 (A.I. 2), que ampliava o controle do Executivo sobre o Legislativo, extinguindo os partidos políticos – inaugurando o bipartidarismo no Brasil (ARENA e o MDB).

Decretado o Ato Institucional nº 3 (A.I. 3) estabelecendo eleições indiretas para governador e para os municípios considerados de “segurança nacional”, incluindo todas as capitais.
Mediante o Ato Institucional nº4 (A.I. 4), foi promulgada uma nova Constituição. A Constituição da Ditadura Militar fortalecia os poderes presidenciais, permitindo ao presidente decretar estado de sítio, efetivar intervenção federal nos Estados, decretar recesso no Congresso Nacional, legislar por decretos e cassar ou suspender os direitos políticos. Nela mantinha-se o princípio federativo e os princípios dos atos institucionais – eleições indiretas para presidente e governadores.
Antes de deixar a presidência, Castello Branco instituiu a Lei de Segurança Nacional, sendo um conjunto de normas que regulamentava todas as atividades sociais, estabelecendo severas punições aos transgressores, ou seja, estabelecia a Censura como mecanismo de repressão ideológica.

Governo do marechal Costa e Silva ( 1967/1969)


Fazia parte da chamada “linha dura” – setor do Exército que exigia medidas mais enérgicas e repressivas para manter a ordem social e política.  As agitações internacionais de 1968 tornaram a esquerda mais radical, defendendo a luta armada para a redemocratização do país. O movimento estudantil crescia e exigia democracia.
Como resposta, Costa e Silva decretou o Ato Institucional nº 5 (A.I. 5) – o mais violento de todos. Pelo AI-5 estabeleceu-se, entre outros: o fechamento do Legislativo pelo presidente da República, a suspensão dos direitos políticos e garantias constitucionais, inclusive a do habeas-corpus; intervenção federal nos estados e municípios.
Através do AI-5 as manifestações foram duramente reprimidas, provocando o fechamento total do regime militar. Segundo o historiador Boris Fausto: “Um dos muitos aspectos trágicos do AI-5 consistiu no fato de que reforçou a tese dos grupos de luta armada.” Semelhante tese transformou-se em realidade com a eleição (indireta) de um novo presidente – Emílio Garrastazu Médici –pois Costa e Silva sofreu um derrame cerebral.

Governo do general Médici ( 1969/1974)


Período mais repressivo de todo regime militar, onde a tortura e repressão atingiram os extremos, bem como a censura aos meios de comunicação. O pretexto foi a intensificação da luta armada contra o regime. A luta armada no Brasil assumiu a forma de guerra de guerrilha (influenciada pela revolução cubana, pela guerra do Vietnã e a revolução chinesa) Era o Brasil no contexto da Guerra Fria. Os focos de guerrilha no Brasil foram: na serra do Caparaó, em Minas Gerais ; um outro foco foi no vale do Ribeira, em São Paulo, chefiado pelo ex-capitão Carlos Lamarca. Mas o principal foco guerrilheiro foi no Araguaia, no Pará. Seus participantes eram ligados ao Partido Comunista do Brasil e conseguiram apoio da população local. O modelo teórico dos guerrilheiros seguia as propostas de Mao Tsé-tung. O foco, descoberto em 1972, foi destruído em 1975. Ao lado da guerrilha rural, desenvolveu-se também a guerrilha urbana.
Seu principal organizador foi Carlos Marighella, líder da Aliança de Libertação Nacional. Para combater a guerrilha urbana o governo federal sofisticou seu sistema de informação com os DOI-CODI (Destacamento de Operação e Informações-Centro de Operações de Defesa Interna), que destruíram os grupos de guerrilha da extrema esquerda. Os DOIs-CODIs tinham na tortura uma prática corriqueira.

O dito Milagre Econômico “.

Período do governo Médici de grande crescimento econômico e dos projetos de grandes impactos (como a Transamazônica e o Movimento Brasileiro de Alfabetização-MOBRAL), em razão do ingresso maciço de capital estrangeiro.
Houve uma expansão do crédito, ampliando o padrão de consumo do país e gerando uma onda de ufanismo, como no slogan “este é um país que vai prá frente”. O regime utiliza este período de otimismo para ocultar a repressão política – aproveita-se inclusive das conquistas esportivas da década de 70, como o tricampeonato de futebol.
O ideólogo do “milagre” foi o economista Delfim Netto usando como atrativo ao capital estrangeiro as baixas taxas de juros utilizadas no mercado internacional. No entanto, a modernização e o crescimento econômico brasileiro não beneficiaram as camadas pobres. No período do “milagre” as taxas de mortalidade infantil subiram e, segundo estimativas do Banco Mundial, no ano de 1975 70 milhões de brasileiros eram desnutridos.



O governo do general Ernesto Geisel (1974/79)


O presidente Geisel tomou posse sob a promessa do retorno ‘a democracia de forma “lenta, gradual e segura”. Seu governo marca o início do processo de abertura política. Em 1974 houve eleições parlamentares e o resultado foi uma expressiva vitória do MDB. Preocupado com as eleições municipais,  aprovada a Lei Falcão, que estabelecia normas gerias para a campanha eleitoral através do sistema de radiodifusão: exibição da fotografia do candidato, sua legenda e seu número.  Abril de 1977, o presidente – utilizando o AI-5 – decretou o recesso do Congresso Nacional. Foi promulgando, então, o pacote de abril, estabelecendo mandato de seis anos para presidente da República, manutenção das eleições indiretas para governador, diminuição da representação dos estados mais populosos no Congresso Nacional e criada a reserva de um terço das vagas do Senado para nomes indicados pelo governo (senador biônico).
Embora a censura aos meios de comunicação tenha diminuído o regime continuava fechada e a repressão existia. Como exemplo, a morte do jornalista da TV Cultura, Vladimir Herzog, nas dependências do DOI-CODI paulista  e o “suicídio” do operário Manuel Fiel Filho . O ano de 1977 foi muito agitado politicamente – em razão da crise mundial do petróleo – resultando em cassações de mandatos e diversas manifestações estudantis em todo o país. No ano de 1978 houve uma greve de metalúrgicos no ABC paulista, sob a liderança de Luís Inácio da Silva, o Lula. No final de seu governo, Geisel revogou o AI-5.

O governo do general Figueiredo ( 1979/1985)


Este foi o último presidente da Ditadura. Durante o governo Figueiredo houve fortes pressões, da sociedade civil, que exigiam o retorno ao estado de direito, uma anistia política, justiça social e a convocação de uma Assembléia Constituinte.
Em março de 1979, uma greve de metalúrgicos no ABC paulista mobilizou cerca de 180 mil manifestantes; em 1981, uma nova greve, que mobilizou 330 mil operários, por 41 dias. Neste contexto é que se destaca o líder sindical Luís Inácio da Silva – Lula. A UNE reorganizou-se no ano de 1979 e, neste mesmo ano, o presidente Figueiredo aprovou a Lei da Anistia – que beneficiava exclusivamente os presos políticos. Alguns exilados puderam voltar ao país. Ainda em 1979 foi extinto o bipartidarismo, forçando uma reforma partidária. Desta reforma surgiram vários partidos o PDS; o PMDB; o PTB ; PDT e PT . Em 1983 a sociedade civil participou intensamente do movimento das Diretas-já.
Em 1984 foi apresentada a Emenda Dante de Oliveira, que propunha o restabelecimento das eleições diretas para presidente da República. A emenda foi rejeitada pelo Congresso Nacional. No ano de 1985, em eleições pelo Colégio Eleitoral, o candidato da oposição- Tancredo Neves derrotou o candidato da situação – Paulo Maluf. Tancredo Neves não chegou a tomar posse – devido a problemas de saúde veio a falecer em 21 de abril de 1985. O vicepresidente, José Sarney assumiu a presidência, iniciando um período conhecido como Nova República.

 

A Nova República (Resumo)


Governo de José Sarney (1985/1990)
O mandato de José Sarney foi marcado pelos altos índices inflacionários e pela existência de vários planos econômicos: Plano Cruzado (1986), Plano Bresser (1987) e Plano Verão (1989). O plano de maior repercussão foi o Plano Cruzado, que, procurando conter a inflação determinou: congelamento de todos os preços por um ano; extinção da correção monetária e a mudança da moeda de Cruzeiro para ser chamada de Cruzado.
Por ser um governo de transição democrática, importantes avanços políticos ocorreram, como a convocação de uma Assembléia Constituinte que elaborou e promulgou a Constituição de 1988 – “Constituição Cidadã”- que estabeleceu as eleições diretas em todos os níveis; a legalização dos partidos políticos de qualquer tendência; instituição do voto facultativo aos analfabetos, jovens entre 16 e 18 anos e pessoas acima de 70 anos; fim da censura; garantido o direito de greve e a liberdade sindical; ampliação dos direitos trabalhistas; intervenção do Estado nos assuntos econômicos e nacionalismo econômico ao reservar algumas atividades às empresas estatais.

As eleições presidenciais de 1989
Em dezembro de 1989 foram realizadas as primeiras eleições diretas para a Presidência da República desde 1960. Três candidatos destacaram-se na disputa: Fernando Collor de Mello, do pequeno Partido da Renovação Nacional (PRN); Leonel Brizola do Partido Democrático Brasileiro (PDT) e Luís Inácio “Lula” da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).
A disputa foi para o segundo turno entre Fernando Collor e Lula, cabendo ao primeiro a vitória nas eleições – graças à imagem de “caçador de marajás” e de uma plataforma de luta contra a corrupção discursava que com um só tiro acabaria com a inflação e a corrupção. Faria a modernização do Brasil e de representar os pobres e marginalizados – os “descamisados”.


O governo de Fernando Collor de Mello (1990/92)

Aplicou o plano econômico denominado de Plano Brasil Novo, o qual extinguiu o Cruzado novo e retornou o Cruzeiro; congelou preços e salários; bloqueio boa parte do dinheiro de aplicações financeiras e de poupanças por 18 meses. Houve grande número de demissões no setor público, redução nas tarifas de importação e um tumultuado processo de privatizações.
No entanto, as denúncias de corrupção envolvendo o alto escalão do governo levou o Congresso a formar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. O relatório final da CPI apontou ligações do presidente com Paulo César Farias – amigo pessoal e tesoureiro da campanha presidencial.
O envolvimento de Collor no chamado “esquema PC”, em troca de favores governamentais por dinheiro, gerou o processo de impeachment – ou seja, o afastamento do Presidente da República. Fernando Collor procurou bloquear o processo, porém a população foi às ruas exigindo seu afastamento (“os caras-pintadas”).O presidente renunciou em 30 de dezembro de 1992, após decisão histórica do Congresso Nacional no dia anterior pelo seu afastamento. Assume o vice-presidente Itamar Franco.


O governo de Itamar Franco ( 1992/1995)

Realização de um plebiscito em 1993 que deveria estabelecer qual o regime político (monarquia ou república) e qual a forma de governo (presidencialismo ou parlamentarismo). No dia 21 de abril o resultado do plebiscito confirmou a manutenção da república presidencialista. No aspecto econômico o mais importante foi a aplicação do Plano Real, que buscava combater a inflação e estabilizar a economia nacional. O Plano pregava a contenção dos gastos públicos, a privatização de empresas estatais, a redução do consumo mediante o aumento da taxa de juros e maior abertura do mercado aos produtos estrangeiros.O Plano contribuiu para a queda da inflação e aumento do poder aquisitivo e da capacidade de consumo – em razão da queda dos preços dos produtos face à concorrência estrangeira. A popularidade do Plano Real auxiliou o ministro da Fazenda de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, a vencer as eleições em outubro de 1994.

O governo de Fernando Henrique Cardoso (1995/2002)


Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente do Brasil a conseguir uma reeleição – através de uma mudança constitucional foi aprovada a polêmica Emenda da Reeleição. Seus dois mandatos são marcados  pela aceleração do processo de globalização: a) a criação do Mercosul e a eliminação das barreiras alfandegárias entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (a formação do bloco obedece várias etapas);  b) a privatização de empresas estatais e de telefonia. c) A instituição do PROER uma espécie de socorro  financeiro às instituições bancárias que trouxe segurança ao Sistema Financeiro Nacional. No campo político durante a votação da Emenda da Reeleição a oposição acusou um esquema  de corrupção com compra de votos de parlamentares com a finalidade de aprovar lei que instituia a reeleição. Seria este fato a semente que resultou no escândalo do Mensalão no governo Lula?   Em termo de organização social destaque para a questão fundiária do país e a atuação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que através da ocupação de terras procura agilizar o processo de reforma agrária no país. Criou programas socias como o Comunidade Solidária e instituíu o programa de transferência de renda: o Bolsa Escola. Os anos de FHC como presidente foram marcados pela hegemonia do neoliberalismo e antigos e urgente problemas nâo foram solucionados, tais como a exclusão social, a imensa concentração fundiária e empresarial, a corrupção e os descasos administrativos, ausência de uma política educacional, desfaçatez na área da saúde e previdência social, a violência urbana, o desemprego, crescimento do subemprego, concentração de renda e injustiça social. As expectativas da maioria dos brasileiros para o governo do sociólogo FHC foram frustradas em relação real melhoria das condições de vida principalmente dos mais carentes.

Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) 2003 a 2010.
Tornou-se, então, personagem central de uma história da ascensão de um ex-operário e retirante nordestino no cenário político do país, fundador e dirigente de um dos principais partidos de esquerda do Brasil e, com muita persistência, disputou e finalmente ganhou a eleição para a presidência da república. Entre as primeiras medidas tomadas, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado à melhoria da alimentação das populações menos favorecidas o “Fome Zero”. O combate à inflação, a ampliação das exportações e a contenção de despesas foram algumas das metas buscadas pelo governo. A programa de transferência de renda para a população carente Bolsa Escola do governo FHC foi repaginado com o nome de Bolsa Família que nada mais é do que uma reedição dos programas assistencialistas tão comuns na nossa história republicana. Importante ressaltar o Bolsa Família é fator de alavancagam da popularidade de Lula.  O  país goza de uma relativa prosperidade econômica apesar da existência de muitas disparidades. A estabilidade da economia repercutiu na melhoria da imagem do país no exterior. Porem o esquema, que ficou conhecido como “Mensalão”, instaurou um acalorado debate político que questionava se existia algum tipo de oposição política no país. Apesar das denuncias que apontavam para o presidente Lula conseguiu reeleger-se para o segundo mandato.