FRASES MARCANTES

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

(Rui Barbosa).

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL.


Autor: Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria                                     
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém'
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Da muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério - não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
"professor", Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer"
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal.
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal.

FIM

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Era Vargas - Estado Novo 1937 a 1945

A ditadura imposta por Getúlio Vargas no período de 1937 a 1945 ficou conhecida como Estado Novo, correspondeu ao fortalecimento do Estado. Getúlio recebeu apoio dos cafeicultores, dos industriais, das oligarquias e da classe média urbana, todos amedrontados com a expansão da esquerda e  crescimento do comunismo. A denominada ameaça comunista construída pelo embuste do Plano Cohen reforçou a justificativa da criação do regime ditatorial que seria necessário como um instrumento de defesa da democracia contra o comunismo. Entretanto a pergunta que ninguém fez foi: Como defender a democracia da ameaça comunista utilizando o instrumento antidemocrático do regime ditatorial?  Esta foi mais uma das inúmeras contradições da Era Vargas.

Pelas ondas do rádio Vargas anuncia o Estado Novo

A Constituição de 1937, outorgada por Getúlio Vargas, e apelidada de Polaca, por ser extremamente autoritária, concentrava todo poder político nas mãos do Presidente da República. A Carta de 37 tornou-se a base legal e permitiu o fechamento do Congresso Nacional, das Assembléias Estaduais e das Câmaras Municipais, ficando o sistema judiciário subordinado diretamente ao Poder Executivo. Os Estados passaram a ser governados por interventores, nomeados pelo Presidente (na Bahia o escolhido foi Landulfo Alves) que designavam os prefeitos municipais. A atuação da Polícia Especial nunca foi tão avassaladora, os meios de comunicação passam pelo controla do poderoso DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda.órgão responsável pela censura e propaganda do Estado Novo ( criação do programa de rádio  Hora do Brasil, atualmente A Voz do Brasil).
Vargas utilizava as mesmas estratégias de propaganda dos regimes nazifascistas.Tais como a autopromoção da imagem como líder de salvação nacional em comícios grandiosos, utilização das mídias de comunicação em massa (o rádio foi o meio de divulgação da propaganda do governo).

Em 1938, o Governo sufocou uma tentativa de golpe de estado conhecida por Intentona Integralista. Vargas percebeu que os integralistas tornaram-se aliados incômodos em virtude do seu caráter dogmático e inflexível incompatível com o estilo populista e decretou a ilegalidade do partido Integralista. Sentindo-se traidos, os integralistas partiram para o revide, planejaram uma conspiração armada visando tomar o poder de Vargas,mas a rebelião foi sufocada pelas tropas do governo. Depois de presos, muitos rebeldes foram sumariamente executados, nas imediações da residência da presidência.  
Saudação dos integralistas. A AIB atuou como aliado de Vargas, mas foram "traídos" e colocados na ilegalidade.


Passeata de Trabalhadores a favor do Estado Novo.
Vargas desenvolveu uma política tipicamente populista, relacionando-se com massas de trabalhadores, concedendo-lhe diversos benefícios, como o salário mínimo, indenização por dispensa
sem justa causa, a regulamentação da jornada de trabalho e do trabalho infantil, decretando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) baseada na Carta del Lavoro instituida pelo regime fascista e Mussoline. A construção da imagem de Pai dos Trabalhadores  ou Pai dos Pobres percebe-se pela forma sutil, mas eficiente, de aproximação. Ao iniciar um discurso Vargas pronunciava o jargão: "Trabalhadores do Brasil", dando a a entender a grande importância do trabalhador para o país. Apesar da violenta e ostensiva repressão, a administração e economia fluíam progressiva e crescentemente, com o Estado exercendo um poder centralizador e atuando diretamente na economia. Entre 1938 e 1940 tivemos a formação de diversos órgãos oficiais, como o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), e o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE), e a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

O BRASIL DO ESTADO NOVO VAI A GUERRA:
Getulio Vargas em razão da sua posição oscilante entre o Eixo e os Aliados viabilizou a obtenção, junto aos Estados Unidos, o financiamento para a construção da Usina de Volta Redonda, a compra de armamentos alemães e o fornecimento de material bélico americano.
O Estado Novo Varguista manteve uma política ambígua em relação ao Eixo e os Aliados (“o Brasil só entra na guerra se a cobra fumar”), porém os estadunidenses, pretendendo utilizar bases no NE para atingir o norte da África, concederam crédito inicial, tecnologia e mão-de-obra especializada para a construção da CSN. E não é que a cobra fumou, as circunstâncias fizeram com que o Governo se inclinasse para os Aliados, declarando guerra aos países do Eixo em agosto de 1942, com a imediata mobilização militar. Em 1943, organizou-se a Força Expedicionária Brasileira (FEB), com 25000 soldados. Anteriormente, em 1941, foram criados o Ministério da Aeronáutica e a FAB (Força Aérea Brasileira),
com as tropas brasileiras desembarcando na Itália em 1944.

A cobra fumou e o Brasil foi a guerra.  








                           Mascote a Força Aérea



O FIM DO ESTADO NOVO
As conseqüências da guerra refletiram-se sobre a política interna brasileira e parte da elite que apoiava a ditadura retirou publicamente esse apoio com a publicação do Manifesto dos Mineiros, em 24 de outubro de 1943. Pressionado, Vargas assinou um Ato Adicional em fevereiro de 1945 convocando eleições presidenciais para o final do ano, formando-se, então, vários partidos políticos: PSD e PTB, que lançaram a candidatura de Eurico Gaspar Dutra, e a UDN, que indicou o Brigadeiro Eduardo Gomes, além da legalização do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que apresentou o nome de Yedo Fiúza. Entretanto, as forças políticas mais poderosas do País, civis e militares, estavam posicionados contra Vargas. A nomeação do seu irmão provoca o pretexto que em 29 de outubro de 1945, precipitou o fim do Estado Novo, com os Generais Gaspar Dutra e Góis Monteiro cercando o Palácio de Guanabara com forças blindadas, obrigando Getúlio Vargas a renunciar. Estava virada a página de um importante período da História do Brasil.

A ERA VARGAS (1930 A 1945)

A REPÚBLICA EM CRISE - INTRODUÇÃO.

A "Revolução" de 1930 deu início a uma nova etapa de nossa história política, que estendeu-se até 1945, essa fase foi marcada pela liderança política de Getúlio Vargas. Podemos segmentá-la em Revolução de 30, Governo Provisório, Fase Constitucional e Estado Novo (1937-1945) este último um período ditatorial baseado em burocracia complexa e poder centralizador, com intervenção do Estado na economia e nos sindicatos.
A atividade econômica essencial do país era a agricultura de exportação, principalmente o café. A saturação deste modelo político-econômico das oligarquias agrárias decretou o término da República Velha e ajudou a acelerar um processo de mudanças. Na economia, a indústria e os serviços se desenvolveram em paralelo com a formação da classe operária, integrada inicialmente por imigrantes italianos que trouxeram da Europa as idéias libertárias do comunismo. Na política mais mudanças, em 1922 surgiu o Partido Comunista Brasileiro. Os jovens oficiais genericamente denominados "Tenentes" comandam varias rebeliões e clamam por moralização da política.
Em verdade a proposta de modernização do Brasil consistiu na representação dos interesses da burguesia industrial em ascensão para enfrentar a crise da economia agrário-exportadora que desabou com a quebra do sistema financeiro internacional, fato histórico mais conhecido como a Quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 cujo reflexo no Brasil afetou mortalmente o poder político-econômico dos barões do café.
A derrubada do último presidente da República Velha, o paulista Washington Luis, pela forças comandadas por Vargas em 1930 não promoveu nem transformação revolucionária e tampouco o desenvolvimento do país. Um indicador da confirmação desta afirmação foi a atitude dos tenentes que pegaram em armas para lutar contra as oligárquias e após a vitória da "Revolução de 30" compuseram alianças políticas com os oligarcas locais que continuavam a ter grande poder. Embora o movimento tenentista reconheça a falência do modelo agrário exportador e tenha retirado os latifundiários da condução do poder politico em relação a incentivar a industrialização deu pouca enfâse atribuindo a tarefa ao Estado.
Vargas foi o candidato da conciliação “nacional” e representava os interesses das elites. Se por um lado pregava a modernização do Brasil (atendendo aos desejos dos industriais e banqueiros) por outro não podia renegar sua origem agrária, pois era filho de rico estancieiro gaúcho (grande produtor rural). Esta dúbia característica foi um fator de apaziguamento das elites em torno do nome deste gaúcho de São Borja. Durante sua trajetória Vargas exercitará sua habilidade de transitar entre as camadas da sociedade. Vezes afagando as elites outras vezes protegendo as massas populares.
Após a queda do governo da República Velha ou Primeira República através do movimento conhecido como a Revolução de 30 "custurou-se" um acordo a fim de definir quem governaria o Brasil. O nome de Vargas representava a conciliação entre os movimentos que desejavam o fim da Oligarquia dos Cafeicultores. Porem este não significou o fim do poder das oligarquias. Inicia-se assim a ERA VARGAS. "Façamos a revolução antes que o povo a faça".
Entre muitas manifestações de protesto antioligárquico estão: Tenentismo, Semana de Arte Moderna, Greves, A coluna Prestes e a fundação do Partido Comunista do Brasil.

Considerando que Vargas foi o nome de consenso das oligarquias, podemos perguntar: A revolução de 30 foi fruto da participação do "Zé Povinho"?

Vargas (Centro) com os revolucionários no Palácio do Catete - Sede do Governo.

Vamos refletir!!

Afinal a Revolução de 30 representou a continuidade ou uma ruptura?
A pergunta ainda causa polêmica. Tire suas conclusões clicando no link abaixo: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/Revolucao30/RupturaContinuidade

Para Saber mais sobre a Revolução de 30 clique no link abaixo:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u40.jhtm


O GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1932)- Com o discurso apontado à modernidade Vargas recebe o apoio necessário para preparar o terreno em direção aos novos rumos do desenvolvimento do Brasil. Mas "existia uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho existia uma pedra". A pedra era o DESCONTENTAMENTO DAS ELITES. Pelo ponto de vista das oligarquias Vargas inova "em demasia" e preocupa-se com as questões sociais/trabalhistas do operariado, procura defender as riquezas nacionais e centralizar as decisões econômicas e políticas.
Assustados com as propostas populistas do governo os setores conservadores da sociedade paulista iniciam forte reação. Apesar de vários Estados demonstrarem seu descontentamento contra o governo de Vargas, apenas São Paulo foi as vias de fato. Armas em punho a 09 de Julho de 1932 a "Revolução Constitucionalista" dos paulistas pede a volta da política de República Velha. Apesar da mobilização de São Paulo, o governo federal com tropas mais bem equipadas consegue debelar a Revolta.




















Cartazes conclamando os paulistas a pegarem em armas contra o governo de Vargas.

Para saber mais sobre a Revolta Constitucionalista clique no link abaixo:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u3.jhtm

O PERÍODO CONSTITUCIONALISTA 1934 -1937
Apesar da derrota para o governo a Revolução dos paulistas de 1932 conseguiu estabelecer a promessa de elaboração de uma nova carta constitucional para o país - A Constituição de 1934 - que trazia em seus artigos definições importantes:
  • Em relação ao Sistema Eleitoral: Implantar Voto Secreto; mulheres adquirem o direito de votar; criação da Justiça eleitoral independente (fiscalizar).
  • Direitos Trabalhistas: Salário mínimo, jornada de 8 horas diárias,férias remuneradas, indenização por demissão.
  • Nacionalização das riquezas minerais: as jazidas minerais e quedas d'água capazes de gerar energia passar a ser da União.
Um avanço no quesito de direitos foi a conquista política das mulheres em relação as eleições:
As mulheres ganham direitos e participam da eleição no Brasil. Em 13 de março de 1934 , uma voz feminina se fez ouvir pela primeira vez no Congresso Nacional. Discursava na Tribuna a primeira congressita brasileira, a deputada Carlota Queiroz .










Comício da Profª Natércia em 1933. ..         ...Discurso de Carlota Queiroz a 1ª Deputada do Brasil(1934).
Vargas soube como poucos políticos brasileiros negociar acordos políticos e transitar em várias correntes ideológicas partidárias. Durante o período constitucionalista esta habilidade de Getúlio foi colocada à prova e o manteve no poder através dos pactos e costuras políticas com as principais correntes ideológicas : O Integralismo e o Comunismo.

OS INTEGRALISTAS:
Formado por setores conservadores da sociedade: como a facção conservadora da Igreja católica (que combatia ao "comunismo ateu"),pela classe média alta, empresários capitalistas e imigrantes ou descendentes de imigrantes ítalo-germânicos. Seu principal nome e líder foi Plínio Salgado. Possuíam características semelhantes aos programas dos governos totalitários de modelo nazi-fascista. O Lema dos integralistas era DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA , sua saudação era ANAUÊ! e o símbolo era a letra grega ômega.

O Integralismo representava a política de extrema direita
                                                                                                                                                                                                                                                                  ALIANÇA NACIONAL LIBERTADORA (ANL) - Era representada por setores ligados aos partidos de esquerda principalmente ao PCB (Partido Comunista Brasileiro), cujo principal nome é o de Luís Carlos Prestes (no centro da foto). A ANL era contra o fascismo e o imperialismo, portanto fazia oposição ao Integralismo. As propostas dos aliancistas eram voltadas ao programa comunista ou seja eram contra o grande latifúndio e a favor da reforma agrária, nacionalização da economia e estatização da propriedade privada.
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A INTENTONA COMUNISTA - Devido a decretação da ilegalidade do Partido Comunista pelo governo, eclodiu a chamada Intentona Comunista ou seja uma rebelião militar em alguns quartéis dos Estados do RJ, RN e PE. Mal organizada esta revolta foi rapidamente sufocada e seus líderes presos, entre estes estavam Prestes. A reação dos comunistas provocou o pretexto que o governo necessitava para implantar o Estado de Guerra sob a justificativa da "ameaça comunista" através do Suposto Plano Cohen.

A INTENTONA INTEGRALISTA - Vargas não pretendia dividir o poder com os integralistas e conforme determinava um decreto lei de dezembro de 1937 estavam extintos todos os partidos políticos, inclusive a AIN (partido integralista). Inconformados com a traição getulista os integralistas tentaram invadir o Palácio do Catete (sede do governo) situado na capital do país - o Rio de Janeiro - com objetivo de retirar Vargas do poder, porem a tentativa frustrada de golpe militar foi sufocada pelo governo e os líderes integralistas presos ou executados.

Estava estabelecido um novo período da ERA VARGAS: O ESTADO NOVO. Corresponde ao  governo ditatorial inspirado no fascisno e no corporativismo, em voga na Europa naquela época.
Na noite de 10 de novembro de 1937 Vargas anuncia pelas ondas do rádio ao país a decretação da Constituição autoritária, apelidada de Polaca, em razão do seu teor aproximar-se dos moldes do regine nazifascista. Este contexto político foi possível em razão do apoio recebido dos cafeicultores, dos industriais, das oligarquias e da classe média urbana, todos amedrontados com a expansão da esquerda e conseqüente crescimento do comunismo.



















Nas ondas do rádio Vargas anuncia o Estado Novo. Clique abaixo e ouça a voz de Vargas:
http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaGetulioVargasDiscurso1deMaio.mp3

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - 1939 a 1945 “Sangue, suor e lágrimas ...”

Apresentação:
As operações militares da Segunda Guerra Mundial se estenderam da invasão da Polônia pela Alemanha nazista, a 1/9/ 1939, até a assinatura da rendição incondicional do Japão, em 2/9/1945, provocando 45 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos. Nessas operações militares se defrontaram as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e as potências Aliadas (Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética). Com a invasão alemã à Polônia em 1939 e o ataque japonês a Pearl Harbor em 1941, duas guerras paralelas, mas relacionadas entre si, compuseram o quadro do novo conflito mundial: a primeira teve como palco principal a Europa, onde a União Soviética desempenhou um papel preponderante vencendo a Alemanha, e a segunda se desenrolou no Oceano Pacífico, onde os Estados Unidos se destacaram derrotando o Japão. Quanto à sua evolução, o curso da guerra desdobrou-se em três fases: as vitórias do Eixo (1939-1941), o equilíbrio de forças (1941-1943) e as vitórias dos Aliados (1943-1945).
Introdução:
Seria muito simplista do ponto de vista da História entendermos as 2 grandes guerras do inicio do séc. XX apenas pelo descrever das batalhas, datas, biografias dos personagens, mortes e conseqüências. Estes dois acontecimentos Históricos são muito mais complexos do que pensamos por abranger valores culturais diversos, ressentimentos seculares, mostrar o retrato da sociedade de uma época, etc . É temerário abordarmos as grandes guerras sem considerarmos aspectos como: o sentimento nacionalista, as políticas do imperialismo, o nazifascismo, o cenário econômico antes e após crise de 1929, as doutrinas socialista e capitalista. Deste “caldo” de eventos os entrelaçamentos e desdobramentos formam as histórias pessoais dos sujeitos históricos, ao da localidade, da nação e do mundo. De certo foi que as pendengas das disputas imperialistas entre as potencias européias não cessaram com o final da Primeira Guerra de 1914 a 1918. As condições firmadas pelos tratados de paz, principalmente o Tratado de Varsalhes, impondo pesados ônus aos derrotados contribuíram mais para o acirramento dos ânimos do que necessariamente para estancar o sentimento de revanche, contaminando com a discórdia as relações entre os países. Exemplo típico foi a Alemanha, apesar de duramente atingida pelo tratado de Versalhes foi pela força econômica dos grandes monopólios industriais que consegue recuperar-se, reiniciar o processo expansionista e retomar a militarização para lutar pelos mercados mundiais. Agora alimentada pelo sentimento de revanche que levaria o mundo a uma nova guerra mundial sem precedentes na história.
Contudo para tentar entender o “caldo” que constituiu a Segunda Guerra Mundial precisamos acrescentar outros ingredientes, pois o cenário da época é assinalado por importantes acontecimentos econômicos e políticos que interferem no contexto. Vejamos.
A crise do capitalismo de 1929 abalou a confiança em vários governos liberais (democráticos) europeus e desestabilizou o poder constituído. Paralelamente a crise do capitalismo a ascensão do “perigo vermelho” do socialismo, fortalecido pelo advento da Revolução Bolchevique de 1917, alcança elevado nível de temor entre os grandes centros capitalistas, fato que justificava a retomada de discursos autoritários nazifascistas como parte de uma nova estratégia dos capitalistas para manter os interesses econômicos através do forte controle político e incentivo ao expansionismo imperialista. Nesta conjuntura os regimes totalitários obtiveram expressiva representatividade na Alemanha, Itália e Japão. A efervescência dos discursos e programas políticos constituídos de profundo desprezo a democracia ganharam espaço e destilavam seu veneno sobre a população que passou a considerar o nazifascismo como uma possibilidade viável.O crescimento do nazifascismo só pode ser explicado a partir do medo dos capitalistas face ao crescimento do socialismo soviético e o aumento da luta de classes nos países. Portando se a Segunda Guerra é a continuidade da Primeira Guerra, por sua natureza imperialista podemos afirmar que o nazifascismo foi o ingrediente particular que corroeu a crença na democracia e tornou-se no instrumento capitalista de dupla face: retomada do expansionismo imperialista e combate ao socialismo. A compreensão torna-se mais clara quando perguntamos como pequenos partidos ultra nacionalistas obtiveram crescimento assustador em curto espaço de tempo ou quando questionamos a leniência de ingleses e franceses diante do expansionismo e remilitarização da Alemanha, da consolidação do fascismo na Itália, Espanha, Portugal, Polônia e também da ditadura do Estado Novo no Brasil.
REVENDO A DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO NAZI-FACISMO
Nazismo e Fascismo constituíram-se uma forma de governo autoritária, cujo auge deu-se na década de 1920-30 e que pretendia o estrito controle da vida nacional e dos indivíduos de acordo com ideais nacionalistas e com freqüência militaristas. Os interesses opostos seriam resolvidos mediante total subordinação ao Estado, exigindo-se uma lealdade incondicional ao líder no poder. O Nazi-Fascismo baseia suas idéias e formas num conservadorismo extremado, constituindo-se uma ditadura capitalista de extrema-direita, produto da crise pós-I Guerra Mundial, da crise do liberalismo e do crescimento do comunismo. Em outras palavras, o nazi-Fascismo foi a resposta da burguesia para a grave crise que atingia o capitalismo no início do século XX. Assim, não se pode “personalizar” tais regimes: se Hitler e Mussolini não tivessem implantado suas ditaduras, outros o fariam, pois era uma exigência do grande capital. Nazismo e Fascismo são, na verdade, o mesmo fenômeno. Suas diferenças se devem, conforme veremos adiante, às diferenças históricas de cada país. O Nazismo surgido na Alemanha foi apenas uma forma mais desenvolvida de Fascismo, que se originou na Itália. A palavra Fascismo surgiu na Itália, originando-se do termo latino “fasces”, nome dado a um feixe de varas amarrado a um machado, que simbolizava a autoridade à época do Império Romano. Mussolini se apropriou da palavra e deu o nome de Fascismo ao Estado forte que pretendia criar. A partir daí, o termo passou a designar uma série de estados e movimentos totalitários no período entre a I e a II Guerra Mundial (1939-45), e cujo exemplo mais extremado foi o Nazismo alemão. Para entendermos melhor esta fase tomaremos como exemplos um dos fatores fundamentais que propiciou a tragédia da 2ª Grande Guerra: O Regime Nazista.
As fontes do Nazismo não são novas. O movimento surge do resultado da fusão e da reelaboração de ideais e sentimentos antigos da sociedade alemã. Outros movimentos compartilhavam de características como: o nacionalismo extremado, o racismo e a intenção de criar uma sociedade reacionária e militarista. Mas coube ao Nazismo a prevalência em suplantar outros movimentos e conquistar o poder. A Alemanha imperial de 1870 a 1918 era uma sociedade autoritária, reacionária e militarista, e os nazistas souberam aproveitar estas características e se apropriaram desta herança para elaborar seu projeto de governo. Utilizam as idéias dos conservadores alemães que não viam bons olhos a sociedade industrial. Estes intelectuais se refugiavam em um mundo mitológico e medieval (passado heróico) para determinar que a sociedade moderna e a política só poderiam renovar-se através da arte. Com estes elementos compunham a mitologia da pureza e da escolha do povo alemão como o eleito por Deus. Mesmo o anti-semitismo – mais presente no nazismo que em outros movimentos de caráter fascista – não era uma criação original. Grupos anti-semitas pululavam em toda a Alemanha e stria desde o século XIX e suas ideais são encontradas na Europa em séculos anteriores..
Mas, por que tantos alemães escolheram o nazismo?
Em boa parte parece claro que muitos alemães votavam no nazismo por descrédito nas democracias, por questões políticas locais ou ainda por acreditarem nas propostas nazistas (que, diga-se de passagem, faziam parte da tradição alemã). Mas de um ponto de vista abrangente, colaborou a “fantástica” máquina de propaganda nazista. O aparato cenográfico montado impressionava a população e rapidamente os nazistas cooptaram a fúria, o desejo de vingança pela humilhação que o povo alemão passou na guerra anterior, restava um povo empobrecido e humilhado pela derrota e pela crise. Portanto não foi difícil imaginar porque os alemães não questionaram as intenções de Hitler. Os conceitos do programa Nazistas de virilidade, sangue e raça substituíram as promessas de mais empregos ou de justiça social dos partidos socialistas. Hitler não prometia a igualdade entre os indivíduos, mas a superioridade um povo de senhores, os alemães, diante de seus servos, o resto da humanidade. Pode-se imaginar o efeito devastador e multiplicador destas propostas a uma população humilhada e desesperançosa. Foi esta habilidade de manipula as emoções e os desejos das pessoas que deu popularidade à mensagem de “Her” Hitler. (Texto adaptado de: João f. Bertonha – Fascismo, nazismo, integralismo. – Editora Ática – São Paulo)
RESUMO
1 – Antecedentes (década de 30):
  • Fortalecimento de regimes totalitários nazifascistas.
  • Formação do EIXO (Roma + Berlim + Tóquio) – Pacto ANTIKOMINTERN (Anticomunismo).
  • Pacto de “Não Agressão” entre URSS e Alemanha.
  • Fracasso da política de apaziguamento da Liga das Nações.
  • Desrespeito da Alemanha ao Tratado de Versalhes. A instituição do serviço militar obrigatório. A oupação das zonas fronteiriças com a França. Incorporação da Áustria (o ANCHLUSS). Incorporação da Tchecoslováquia (nos Sudetos).
  • As invasões feitas pelo Eixo : Invasão da China (1931 - Manchúria) pelo Japão. A Invasão da Etiópia (1935) pela Itália.
  • Invasão da Polônia pela Alemanha em 1/9/1939 – início da 2ª Guerra Mundial.
2 - Fases da Guerra:
  1. 1939: “Guerra de Mentira” – preparação.
  2. 1939 – 1942: vantagem das tropas do Eixo.
  • Ocupação da Dinamarca, Noruega, Holanda e França (BLITZKRIEG – Guerra Relâmpago).
  • França, Inglaterra e Bélgica são expulsos do continente (“Retirada de Dunquerque”).
  • Formação do governo colaboracionista de Vichy (sul da França).
  • Invasão da URSS (1941) rompendo acordo de não agressão (minérios, petróleo, cereais).
  • Ataque japonês a base americana de Pearl Harbour (1941) – Os EUA entram na guerra.
  • Expansão territorial máxima das forças do Eixo.
  1. 1942 - 1943 : Equilíbrio de Forças.
  • Batalha de Stalingrado (42-43): URSS* X ALE – 1ª frente.
  • Batalha de Midway (1943): EUA* X JAP.
  • Controle do Norte da África(Egito – 1943): Aliados* X ALE+ITA.
  • Controle do Mediterrâneo – Desembarque na Itália – 2ª frente.
     D. 1944 -1945 : a FASE FINAL – Vitória dos Aliados
  • “Dia D” (Desembarque da Normandia - 1944): A libertação da França – 3ª frente.
  • Invasão da Alemanha (maio/1945).
  • Bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáqui (Japão – agosto/45). O fim da guerra no Pacífico.
3 - Conseqüências da II Guerra:
  • 50 milhões de mortos (20 milhões – URSS; 6 milhões – Polônia; 5 milhões – Alemanha; 1,5 milhão – Japão).
  • HOLOCAUSTO – assassinato de aproximadamente 6 milhões de judeus em campos de concentração ou de extermínio.
  • A Bipolarização mundial entre os EUA (capitalismo) X URSS (comunismo).
    • GUERRA FRIA.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

As 10 regras do Futebol de Rua, o verdadeiro futebol de macho!

1. A BOLA
A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do irmão menor.
2. O GOL
O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola e até o seu irmão menor.
3. O CAMPO
O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos clássicos, o quarteirão inteiro.
4. DURAÇÃO DO JOGO
O jogo normalmente vira 5 e termina 10, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.

5. FORMAÇÃO DOS TIMES

Varia de 3 a 70 jogadores de cada lado. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.

6. O JUIZ

Não tem juiz.

7. AS INTERRUPÇÕES

No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em 3 eventualidades:
a) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
b) Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
c) Quando passarem veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é Gol.
8. AS SUBSTITUIÇÕES
São permitidas substituições no caso de um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição ou em caso de atropelamento.

9. AS PENALIDADES

A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.

10. A JUSTIÇA ESPORTIVA

Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalece os mais fortes e quem pegar uma pedra antes.
Se você não jogou futebol de rua na sua infância, sinto muito, pois perdeu uma das melhores coisas da vida.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A LANÇA DO DESTINO

"A lança de Longinus"

"Um soldado tomou uma lança e furou-lhe o lado, e saiu sangue e água. Novamente Jesus clamou com alta voz e entregou seu fôlego. E eis que a cortina do Santuário rasgou-se em dois, do alto a baixo, e a terra tremeu, e as rochas se fenderam"
(Mateus - Cap. 27, Vs. 49/51)

"A Lança do Destino - O Poder Oculto Por Trás da Lança que Feriu o Lado de Cristo" - é o título deste livro, que absolutamente não aborda uma ficção ou lenda. A História tem, de fato, não só as suas sutilezas como também as suas mais estranhas nuances. Que mistério guardaria a lança que um centurião romano cravou no peito de Jesus durante os momentos da sua crucificação?

Impiedosamente, o centurião romano cujo nome era Gaius Cassius Longinus, capitão da guarda do templo, cravou a sua lança no peito de Jesus. O sangue e a água que verteram do ferimento espirraram nos seus olhos - que eram virtualmente cegos devido às cataratas que lhe tolhiam quase que completamente a visão. Como um milagre, Longinus limpou os olhos e imediatamente recuperou totalmente a faculdade da visão! Sabe-se que, mais tarde, o centurião, profundamente arrependido do seu ato insano e cruel, convertera-se ao Cristianismo.

Nesta antiga tapeçaria medieval, datada do ano 1175, vemos uma cena alusiva ao fato.

Os romanos, interventores e governantes de quase todo o mundo antigo, foram os primeiros a se apoderarem da lança que feriu Jesus, pelo fato de a considerarem dotada de poderes mágicos, guardando-a como um valioso troféu.

A lança que feriu o peito de Jesus (foto), conhecida pelos nomes de "A Lança do Destino", "A Lança Sagrada", ou ainda "A Lança de Longinus", transformou-se através dos tempos, juntamente como o Santo Graal, a Coroa de Espinhos e o Sudário de Turim, em um dos símbolos místicos máximos do Cristianismo. Diziam as antigas Tradições que aquele que a possuísse tornar-se-ia o senhor do mundo, invencível e dotado dos mais ilimitados poderes. Porém, não é mesmo verdade que todas as coisas têm o seu preço?

Detalhes da ponta e de parte do corpo da Lança. Mais apropriadamente um gládio, era um temível artefato bélico romano, extremamente cruel e letal, elaborado de modo a causar severas lesões e graves hemorragias nas suas vítimas.

Herodes, cognominado "O Grande", rei da Judéia entre 37 A.C e 4 D.C, é tido como um dos seus primeiros proprietários. Em 570 D.C., os registros históricos dizem que ela esteve exposta na Basílica de Mont Sião - em Jerusalém - juntamente com a coroa de espinhos. Justamente por isso, pelo caráter considerado sagrado da Lança, os Cruzados receberam a missão de recuperar esse valioso tesouro, levando-o desde a Terra Santa diretamente aos domínios da Igreja Católica, em Roma.

Através dos tempos, a Lança do Destino despertou a cobiça e a ambição de várias personalidades históricas (aqui não necessariamente dispostas na ordem cronológica). Os Imperadores Constantino e Justiniano (mosaico, acima) foram algumas delas.

O Papa Inocêncio VIII foi um outro detentor da Lança Sagrada. Não se conhece a exata razão, e tampouco os obscuros motivos, de ela ter saído dos domínios e também da posse do Vaticano, vindo a cair posteriormente nas mãos de vários governantes, guerreiros e soberanos leigos. Dizem que a Lança do Destino, pelo fato de ter tocado o corpo e o sangue sagrado de Cristo, possuía a faculdade de curar. Mas, infelizmente, somente veio a cair em mãos erradas e ambiciosas que assim possivelmente perverteram a sua maior e mais sublime característica.

...... Assim como Carlos Magno (ilustração) que a transportou como talismã mágico por 47 batalhas, e também Otto "O Grande"; Theodosius; Alarico (o rei visigodo que saqueou Roma); o general Charles Martel.......

..... Frederick Barbarossa e também muito outros. Contudo, a Lança do Destino parecia levar consigo uma espécie de maldição. Todos aqueles que a possuíram, de fato obtiveram a glória e o poder - porém extremamente temporários - vindo a morrer misteriosamente um pouco depois de obtê-la. Alguns deles morreram imediatamente após tê-la deixado cair ao chão. Sabe-se também que ela desapareceu misteriosamente da Biblioteca Nacional de Paris, durante a Revolução Francesa.

Napoleão Bonaparte foi mais um daqueles que tudo fizeram para se apoderar da Lança Sagrada. Não se sabe se foi graças ao místico poder por ela dispensado que o Corso quase dominou o mundo com os seus poderosos exércitos, vindo, contudo, repentinamente a sofrer uma grande derrocada - morrendo exilado, desprezado, debilitado e além de tudo totalmente louco.

O Kaiser Wilhelm, igualmente um outro governante que se apoderou da Lança. Teve o mesmo trágico destino dos outros. E assim, por cerca de mil anos, pelo menos 45 imperadores detiveram a sua posse.

De mão em mão, a Lança de Longinus finalmente chegou à propriedade dos Hapsburgs, na Áustria, tendo passado por vários dos seus soberanos, os quais abriram mão da sua posse e guarda......

.... Até finalmente ter sido cuidadosamente guardada no Hofsburg Treasure Museum, em Viena.

Contudo, mais modernamente, a tradição mágica e oculta da Lança do Destino chegou ao conhecimento de mais alguém:

Richard Wagner, era um dos compositores nacionalistas favoritos de Hitler. A sua música ardente promovia os ideais de uma nova sociedade e fortemente insinuou as bases do Partido Nacional Socialista. E foi exatamente na sua ópera denominada "Persival" que o tema da Lança de Longinus foi enfocado, despertando assim a atenção do jovem Adolf Hitler. Sabe-se que Hitler fez inúmeras visitas ao Museu Hofsburg, detendo-se fascinado por longos períodos de tempo diante daquele sagrado artefato. Segundo aquilo que escreveu: - "Eu percebi de imediato que este era um momento importante em minha vida.... Fiquei lá, silenciosamente contemplando-a por vários minutos alheio a tudo ao meu redor. Ela me pareceu conter um significado secreto e profundo que fugiu a minha compreensão, um significado que senti em meu íntimo que ainda não poderia fazê-lo vir à tona de meu inconsciente... Senti como se eu próprio a tivesse segurado em minhas mãos há alguns séculos atrás e que eu próprio uma vez a reclamei como meu talismã do poder e mantive o destino do mundo em minhas mãos. Que espécie de loucura era essa que invadia a minha mente e crescia como um tumor em meu peito?".

E não tardou muito para que Hitler ascendesse ao poder supremo da Alemanha, tornando-se um líder - um ditador poderoso e plenipotenciário.

Heinrich Himmler, membro da Gestapo e, por assim dizer, um dos "mestres espirituais de Hitler", era um profundo estudioso das Ciências Ocultas. Por sua vez, Hitler, mantinha um grande interesse por artefatos e relíquias religiosas e logo não tardou a ambicionar a posse da Lança de Longinus. E foi por forte influência sua, que a primeira providência de Hitler ao invadir com os seus exércitos a Áustria, em abril de 1938, foi exatamente determinar a apreensão e o imediato confisco da Lança do Destino.

O Dr. Walter Stein, relembrando os momentos de setembro de 1912 em que Hitler constantemente visitava Casa do Tesouro em Viena, declarou: - - "Naquela ocasião em que primeiro ficávamos de um lado para outro na frente da Lança do Destino, me pareceu que Hitler se encontrava num transe tão profundo que passava por algum tipo de catarse e um total eclipse de seu subconsciente". E justamente referindo-se a esses acontecimentos, o próprio Hitler revelou durante uma entrevista à Imprensa: - "Vaguei como um sonâmbulo por onde a Providência me conduziu".

O fato é que, obtendo o poder da Lança do Destino - e assim como todos os outros que ambicionavam por seu intermédio a força ilimitada e a conquista do mundo - Hitler tornou-se um dos maiores guerreiros da História e os seus exércitos tornaram-se tão ou mais poderosos do que o antigo Império Romano, chegando mesmo a quase conquistar o poder temporal do globo. Uma fantástica tecnologia súbita e inexplicavelmente lhes foi concedida e assim a Alemanha nazista prosseguia implacável nos seus sonhos ilimitados de conquista e glórias.

E assim, mais uma vez, a águia, a marca dos conquistadores - tanto nos velhos tempos do Império Romano quanto nos dias de hoje - percorreu o mundo invadindo países e expandindo a sua sombra atemorizante. Por trás de tudo, porém, existia uma seita hermética voltada para seus rituais mágicos de iniciação, tendo como suporte certos objetos e simbolismos originários dos mais recuados tempos e das perdidas civilizações do planeta Terra. A Lança de Longinus era, também, um elevado objeto de culto do nazismo!

Contudo, assim como aconteceu a todos os demais conquistadores detentores da Lança, após vários e inexplicáveis revezes, subitamente o poder de Hitler lhe foi implacavelmente retirado. Em 30 de abril de 1945, as tropas aliadas invadiram, arrasaram e tomaram Nuremberg e Berlim - a outrora toda poderosa capital da Alemanha nazista. O General George S. Paton (na foto, à direita) comandante norte-americano, era também um fascinado pela Lança do Destino e imediatamente providenciou o seu confisco, diretamente em uma espécie de santuário subterrâneo, em Nuremberg, altamente protegido e onde Hitler zelosamente a guardava. A partir de então, os Estados Unidos tornaram-se os seus provisórios guardiães.

Neste mesmo dia, a maldição da Lança do Destino parece ter se cumprido. Hitler e a sua esposa, Eva Braun, teriam, segundo consta, cometido o suicídio. Essa foto supostamente mostraria o cadáver do führer, sendo nitidamente visível o orifício na testa, causado por um projétil de arma de fogo. Essa foto é a única coisa que sobrou, pois os corpos de ambos oficialmente teriam sido incinerados pelos aliados. Existem, todavia, controvérsias, uma vez que o rosto acima mostrado em NADA se parece com Hitler. Há, por outro lado, suspeitas que isso tenha sido uma farsa - uma bem montada manobra de propaganda - forjada pelas forças aliadas e seus respectivos governos, de modo a dar uma satisfação à opinião pública mundial.

A Lança do Destino finalmente chegou aos EUA, transformando-os repentinamente em uma das maiores potências mundiais. Em poucos meses desenvolveram e utilizaram a sinistra bomba atômica e, de fato, se tornaram uma espécie de "governantes" do planeta. A saga se repetia. Contudo, uma decisão final (e talvez muito sábia) do General Dwight D. Eisenhower, tomada em 1946, fez com que todas as jóias da Casa Real dos Hapsburg, aí incluída a Lança de Longinus, retornassem ao seu local de origem - a Casa de Tesouro de Hofsburg, em Viena.....

..... Onde até hoje permanece (foto), cuidadosamente preservada da ambição dos loucos e dos megalomaníacos - mesmo após a passagem de quase dois milênios, guardando consigo um mistério profundíssimo. A lança que de maneira blásfema profanou o corpo de Jesus, em contrapartida e APENAS UMA VEZ, concedeu o dom de um milagre àquele que a com ódio a empunhou. Contudo, ela também guarda consigo uma suprema lição, uma grande e severa advertência: NADA, nem ninguém nos pertence! Não se pode jamais ambicionar aquilo a que todos têm direito - a morada universal, a Terra que somente a Deus pertence, e da qual somente Ele poderá verdadeiramente dispor e governar. Todo o poder e toda a glória do mundo jamais serão dados aos homens. Essas coisas são, por sua vez, extremamente fugazes, transitórias. Por conseguinte, a cegueira jamais virá novamente a ser curada. Todo gládio será inapelavelmente ineficaz na mãos dos fracos. A César o que é de César! E, assim sendo, a Suprema Lei, pregada pelo próprio Mestre, invariavelmente e para sempre se cumprirá: toda mão que o empunhar para ferir, um dia - e forçosamente - virá a ser ferida!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Crise de 1929 nos U.S.A

A Crise do Capitalismo – 1929


Dificuldades financeiras nos Estados Unidos provocam venda do Banco Merrill para o Bank of América.” (Folha 15/9/2008)
“4º maior banco dos Estados Unidos, anuncia falência” (Jornal Folha de São Paulo em 15/9/2008).
“Notícias de falências provocam fortes perdas nas Bolsas de Valores no mundo” (Jornal Estado de São Paulo 15/9/2008).
“O governo dos EUA tenta amenizar a crise fornecendo financiamento aos bancos em dificuldades”. (Jornal A Tarde 14/9/2008).
"Devemos reconhecer que isso (a crise) é um evento que acontece uma vez a cada meio século" (Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Central dos Estados Unidos, em entrevista e rede de televisão ABC em setembro de 2008).



As manchetes e as charges acima extraídas de alguns jornais são atualíssimas e parecem ter relação com o fato que aconteceu em 1929. Em parte têm mesmo. As crises no sistema capitalista são eventuais e podemos graduá-las em leves, médias e fortes. O Modo de Produção Capitalista não é perfeito, aliás nenhum é, mas para começo de conversa o que vem a ser Modo de Produção? De forma bastante aligeirada podemos sintetizar este conceito como a forma na qual determinada sociedade organiza sua força produtiva e as suas relações de produção. Por exemplo no capitalismo as relações de produção caracterizam-se pelo trabalho assalariado e pela propriedade privada dos meios de produção. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho para receber o "salário". O capitalista (burguês) que detém os meios para produzir algo compra a força de trabalho. O capitalismo é movido pelo lucro e suas duas principais classes socias são a buguesia e os trabalhadores assalariados. A economia deve ser regulada pela "mão invísivel do mercado" a chamada lei da oferta e da procura. O governo não deve interferir na economia. Deixa que o mercado resolve. Será??? 
A maior potência econômica da atualidade, os Estados Unidos são a referência dos migrantes do planeta em busca de oportunidades de trabalho e melhoria do padrão de vida. Contudo nem tudo são flores, pois milhões que lá vivem não desfrutam de condições satisfatórias de vida. Segundo o Censo de 2003 cerca de 12,5 por cento da população viviam abaixo da linha da pobreza. A imagem dos Estados Unidos como terra das oportunidades se formou na década de 20 do século pasado, disseminada pelo mundo através da propaganda e dos filmes de Hollywood. O “american way life” ou o estilo de vida dos Estados Unidos foi exportado como modelo ideal de sociedade a ser seguido pelos demais paises. Entretanto nem sempre a realidade corresponde à imagem e o sonho torna-se um pesadelo.
Para entender o processo da recessão econômica, conhecida como a Grande Depressão que abateu os EUA em 1929 e por tabela as demais economias do planeta é necessário retomarmos alguns pontos e associarmos as peças do quebra-cabeça.
O termino da 1ª Guerra. As nações européias saíram da 1ª Guerra Mundial com suas economias destruídas. Os Estados Unidos muito pelo contrário, conseguiram obter lucros fantásticos aumentando sua riqueza em 250 vezes. A economia foi alavancada pela exportação de armamentos, alimentos e produtos industrializados aos paises em guerra. Ao termino do conflito além dos créditos com o comércio possuíam um considerável valor em empréstimos aos governos europeus.
Os anos 20. A expansão da riqueza dos Estados Unidos, o chamado PIB - Produto Interno Bruto, Opa!! Qual o conceito de PIB? Corresponde ao valor total dos bens (produtos e serviços) produzidos por um país em um determinado período. Então, voltemos ao ponto em que paramos. O PIB dos EUA obteve um crescimento acelerado e vertiginoso. A produção industrial alcançou elevados picos de vendas. O modelo de produção em linha de montagem trazia rapidez, eficiência e baixo custo aos produtos. Aliado as facilidades ao crédito o cidadão poderia através de empréstimos comprar imóveis e bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos, aparelhos de rádio, etc). Estimulados pela propaganda consumista o ritmo de compras era frenético. Mercado aquecido, expectativa de consumo crescente e valorização das empresas que tendem a sinalizar para investimentos em títulos (ações) na bolsa de valores. Muitos cidadãos vislumbraram a possibilidade de obterem lucros altos e imediatos investindo suas economia em ações.
O Efeito Dominó: A quebra da Bolsa de Nova York foi uma sucessão de acontecimentos desastrosos. Passados alguns anos do final da Primeira Guerra mundial, as economias das nações européias emitem sinais de recuperação, a partir da diminuição das importações de produtos agrícolas e industriais, principalmente dos EUA. Fato que levou a falência milhares de agricultores nos EUA. Apesar disto grandes empresas mantiveram o ritmo de produção em alta. As vésperas dos anos 30 a situação agrava-se e na chamada quinta-feira negra de Outubro de 1929 acontece o pior, a quebra ou “Crack” da Bolsa de Nova York.
Como foi este processo? Em linhas gerais podemos explicar a quebra da bolsa a partir do seguinte aspecto. Na situação de euforia que se encontrava a economia, era comum as empresas emitirem títulos negociáveis (ações) em bolsa de valores. Considerando a expectativa de lucro com a alta nas vendas dos produtos destas empresas, o mercado financeiro compra estes títulos (ações) acreditando obter lucros altos e rápidos. Porem este é um terreno pantanoso e sem as devidas cautelas podem trazer perdas financeiras irreparáveis. Foi o que aconteceu quando o excesso de produtos (superprodução) sem a devida demanda (expectativa de compra) provocam o desequilíbrio na economia. A oferta em demasia acumulou grandes estoques que não encontravam compradores fazendo os produtos encalharem nas prateleiras. O “efeito dominó” se processa, pois sem consumo não existe venda, conseqüentemente não gera receita (dinheiro). A possibilidade de lucro desaparece e o fantasma da falência torna-se real. O temor por maiores perdas leva os investidores a negociarem as ações das empresas vendendo-as na bolsa de valores. A venda contínua e sistêmica das ações de uma empresa provoca a diminuição do seu valor de mercado e indica a desconfiança dos investidores. Este ciclo macabro termina por respingar na ofertas de empregos, pois com a diminuição nas vendas os postos de trabalho são reduzidos, significando desemprego. Enfim os efeitos da crise espalham por todos os setores da economia mundial e repercutem principalmente nos paises capitalistas exportadores de produtos agrícolas, como o café do Brasil (Lembram quando estudamos a Revolução de 1930 - predecessora da Era Vargas? Pois é, os efeitos da crise ajudaram a derrubar  a república do café). Exceto na União Soviética cujo o modo de produção era no Sistema Socialista com economia planificada e sem economia de mercado a crise assolou os paises capitalistas, o desemprego é alarmante nos Estados Unidos com 15 milhões de desempregados e falências generalizadas no campo e nas cidades. Na Europa a Alemanha é afetada por uma gravíssima crise com 6 milhões de desempregados, inflação, fome e miséria. O governo vem em socorro a ecomonia de mercado dos capitalistas (ops!!)financiando o sistema a fim de diminuir os efeitos da crise, criando frentes de trabalho na execução de obras públicas. A esta intervenção do governo na economia dos Estados Unidos para combater a crise chamou-se de o “New Deal” ou Novo Acordo ocorreu no governo do presidente Franklin Roosevelt. Ops!! Mas, segundo as assertivas dos economistas capitalistas que estão no ínicio deste assunto, não seria a lei da oferta e da procura que regularia as relações econômicas?? O governo não deve intervir na economia e deixar a mão invisível do mercado atuar livremente?? O Tesouro dos EUA (o ministério da Fazenda deles) em fevereiro de 2009 desembolsou US$ 2 Trilhões  para socorrer bancos e empresas. Acredito que agora entendem a afirmação de que nenhum modo de produção é perfeito.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Governo Populista - Populismo

A REPÚBLICA POPULISTA 1946 – 1964 (Resumo)

Apesar de habitualmente convencionar-se o período de 1945 a 1964 como o auge do populismo é importante ressaltar que suas raízes não remontam desta época. As suas origens estão na Revolução de 1930. O populismo não foi um advento tipicamente brasileiro, mas latino americano. Trazia a marca de suas origens: a política ambígua como produto de forças transformadoras e contraditórias. Notabilizado por Getúlio Vargas que usou e abusou do carisma pessoal, dos discursos melodramáticos e do uso da propaganda massiva,“grande líder” porta-voz das massas, fundamentando o seu discurso em projetos de inclusão social. Contudo o exemplo que ratifica a contradição do populismo é a denominação dada à Vargas que conseguia, ao mesmo tempo, ser o “pai dos pobres” e a “mãe dos ricos”. características consagradoras do grande ícone populista que, ainda hoje, inspira os hábitos e comportamentos das lideranças políticas contemporâneas. Seu discurso nacionalista, a concentração de poderes políticos, uma delicada teia de interesses e alianças proporcionaram-lhe longa permanência a frente da presidência do Brasil. O populismo de Vargas saudava valores e idéias que o credenciava como
Segundo o sociólogo Francisco Weffort, o populismo, como "estilo de governo", é sempre sensível às pressões populares; simultaneamente, como "política de massa", procura conduzir e manipular as aspirações populares. Isto significa que, aparentemente o comando estava com o povo, porem na realidade, sem aperceber-se a massa popular era sutilmente controlada pelo governante. Podemos retirar a conclusão do que representou o populismo a partir de 3 aspectos:
No plano político/econômico foi o deslocamento do pólo dinâmico da economia - do setor agrário para o urbano -, através do processo de desenvolvimento industrial, em grande parte iniciado pela revolução de 1930.
No plano social, tais transformações econômicas implicaram a ascensão das classes populares urbanas, cujos anseios foram sistematicamente ignorados e reprimidos no período da República Oligárquica.
Do ponto de vista da camada dirigente, o populismo é, por sua vez, a forma assumida pelo Estado para dar conta dos anseios populares e, simultaneamente, elaborar mecanismos para o seu controle.
Vargas foi uma referência do populismo, mas não o único. JK, Jânio e Jango também figuram como representantes deste modelo na época. Posteriormente outros políticos absorveram características populistas em suas trajetórias pessoais, seja no ambito estadual ou nacional. O populismo não acabou. Ainda está em evidência. Como prova apontamos o estilo de governar do presidente Lula ao incorporar aspectos populistas, mantém altos índices de popularidade no Brasil e destaca-se no cenário político internacional. Cito como exemplo do folclore populista o recente fato de ter recebido elogios do presidente Obama ao comentar "Este é o cara" referindo-se a Lula. Portanto "nunca na História deste país" o populismo esteve tão em voga. Importante lembrar que a passagem para o período da República Populista origina-se nas consequências do término da Segunda Guerra Mundial que repercutiram sobre a política interna do Brasil e contribuiram para o enfraquecimento das bases de sustentação do governo Vargas. Justificativa não faltava. Afinal não fazia sentido manter aqui uma ditadura (o Estado Novo) que enviou tropas para combater a ditadura nazifascista na Europa. Situação não condizente ao cenário mundial de restabelecimento das democracias, após a derrota do nazifascismo. As pressões aumentaram para o término do Estado Novo.
Foi assim que o "Reporter Esso a testemunha ocular da História" anunciou a pelo rádio a renúncia de Vargas em 1945: (Clique no link abaixo para ouvir) http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaReporterEssoGetulioRenuncia1945.mp3


Eurico Dutra (1946-1951)
Embora não figure como um típico populista, Dutra foi o primeiro presidente do dito período. Eleito com o apoio do PTB e de Getúlio Vargas, a quem derrubou do poder em 1945, chegou a presidência em uma época conturbada por problemas econômicos e políticos. O aumento do custo de vida provocou manifestações de protesto da classe trabalhadora em reação o governo Dutra proibiu greves e interveio em sindicatos. Vamos observar alguns aspectos deste governo considerando a seguinte classificação:
Contexto político Nacional:
  • Elaboração da Constituição de 1946 (Quinta constituição do Brasil e quarta da República) foi considerada foi considerada liberal e redemocratizante. Características: Foi Promulgada; Manteve República Federativa; O Regime Presidencialista (com mandato presidencial de cinco anos); Independência entre os três Poderes; Autonomia estadual e municipal; Voto universal e obrigatório para alfabetizados maiores de 18 anos; Votação para Presidente e Vice-Presidente.
  • Plano Salte (saúde, alimentos, transporte e energia);
  • Proibição do jogo do bicho e fechamento dos cassinos;

Contexto político Internacional:
  • Alinhamento do Brasil aos EUA no contexto da Guerra Fria (Imperialismo Cultural);
  • Rompimento das Relações Diplomáticas com a URSS;Fechamento do PCB;




Getúlio Vargas – PTB (1951 – 1954):

Em 1950 na campanha para presidente traz a baila Getúlio Vargas. Utilizando seus atributos populistas Gegê, como era carinhosamente chamado, consegue se eleger e voltar ao poder "nos braços do povo". Inova na campanha política. Utiliza o "jingle" de campanha divulgado pelos canais midiáticos, principalmente o rádio, fortalecendo a comunicação com as massas trabalhadoras.  

Afinal nos trabalhadores encontraria um dos pilares de sustentação do governo, cuja principal característica foi a política econômica nacionalista e intervencionista. Característica esta que valeu forte oposição dos adversários políticos e apesar do carisma popular o clima do governo transcorreu em meio a turbulentas crises e resultou no gesto fatídico do suicídio. Fatos do governo Vargas:
  • Plano Lafer (Horácio Lafer): estímulo a indústria de base (Plano Qüinqüenal);
  • Campanha "O petróleo é nosso", com o apoio de Monteiro Lobato, que culminou em 1953 com a criação da Petrobrás;
  • Empresários nacionais, associados a capitais internacionais, financiaram a oposição ao governo através da UDN e do seu líder e governador da Guanabara Carlos Lacerda (dono da Tribuna da Imprensa);
  • A fim de ganhar apoio das massas Vargas adota uma medida populista: o aumento de 100% do salário mínimo, concedido pelo Ministro do Trabalho João Goulart;
  • Atentado a Carlos Lacerda (rua Toneleros, Copacabana no Rio de Janeiro);
  • Suicídio de Getúlio Vargas (24 de agosto de 1954). Carta Testamento: "...saio da vida para entrar na História." Clique no link para ouvir o trecho da Carta Testamento anunciada pelo Repórter Esso: http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaReporterEssoGetulioRenunciaSuicidio1954.mp3


Multidão acompanha o cortejo fúnebre de
Vargas no Rio de Janeiro 







O povo chora pela morte do "pai dos pobres"


Assumem respectivamente a presidência Café Filho (vice-presidente), Carlos Luz (presidente da Câmara dos Deputados) e Nereu Ramos (presidente do Senado). Tentativa de golpe dos udenistas (com o apoio de Carlos Luz), que tentam impedir a posse de JK e Jango, acusando-os de "comunistas" e por não conseguirem a maioria absoluta de votos. A tentativa de golpe foi desarticulada pelo general Henrique Teixeira Lot (Ministro da Guerra).



Juscelino Kubitschek – PSD (1955 – 1961)
Carismático e político habilidoso JK, o presidente "bossa nova", notabilizou-se pelo empreendedorismo e na construção de um Brasil moderno como marca da sua administração. Podemos apontar como principal característica deste governo a política econômica modernizadora e com base no capital estrangeiro. Abriu as portas para o capital internacional, elevou o padrão de consumo da população urbana ao incentivar a instalação das indústrias de bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos). Concluiu seu mandato com a audaciosa e dispendiosa construção de Brasília. Os principais fatos deste governo foram:
Construção de Brasília a marca da adminisração JK.


  • Sua plataforma de campanha e de governo foi o Plano de Metas: "50 anos de desenvolvimento em 5 de governo";

  •  Empréstimos e investimentos estrangeiros. O Plano de Metas previa investimentos em: energia, transporte, alimentação indústria de base e educação.

  • Construção de Brasília (Projeto de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa), construída pelos candangos.

  • Concentração de industrias em SP, Rio e MG. Instalação de indústrias de bens duráveis, principalmente multinacionais automobilísticas;
No final do governo JK, o país teve um aumento considerável da dívida externa e da inflação (superinflação), o que provocou o aumento do custo de vida e poder aquisitivo do salário mínimo caiu consideravelmente;

  • O aumento da inflação do custo de vida e da dívida externa, levou o governo a romper com o FMI e a decretar moratória.

  • Criação da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste);

Jânio Quadros – PTN (1961):
Apesar de ser candidato do inexpressivo partido PTN foi eleito com o apoio da UDN. Comentava-se que: "Jânio é a UDN de porre!". Seu símbolo de campanha foi a "vassourinha" que segundo Jânio, se eleito, varreria a corrupção da administração pública. Particularmente entendo que a escolha de Jânioo foi o voto de protesto do eleitorado. Teve o significado de um recado aos políticos, em virtude do desacrédito nas atitudes das instituições da República no contexto da época. Figura caricata, Jânio, foi autor de medidas polêmicas como a proibição de rinhas de galo e uso do biquíni. No plano da política externa provocou arrepios aos políticos conservadores ligados ao capital estrangeiro (Estados Unidos) quando condecorou Che Guevara em cerimônia oficial. Esquisitices a parte Jânio encerrou seu mandato com uma renúncia pitoresca alegando que "forças terríveis ameaçavam seu mandato" "a mim não falta a coragem da renúncia" . Os principais acontecimentos deste governo:
Jânio condecora Che Guevara em Brasília
  • Manteve uma política externa independente: Reatou relações diplomáticas com a URSS e China Popular. Condecorou o ministro cubano e líder revolucionário de esquerda, Ernesto "Che" Guevara, com a comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul.
  • A UDN rompe com Jânio e Carlos Lacerda, em rede de TV, acusa-o de abrir as portas do Brasil ao "comunismo internacional";
  • Sem apoio Jânio Quadros renuncia(26 de Agosto de 1961): "...forças terríveis levantaram-se contra mim e me intrigam ou infamam... A mim não falta a coragem da renúncia."Assim o
Repórter Esso anunciou a misteriosa renúncia de Jânio: http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaJanioQuadrosRenuncia1961.mp3


Com a renúncia de Jânio, deveria assumir o vice-presidente. Jango estava em visita oficial a China Popular e era considerado pelos grupos reacionários, simpatizante do comunismo. Setores ligados ao grande capital nacional e internacional, com o apoio de parte das Forças Armadas tentaram impedir a posse de Goulart, quando eclodiu em Porto Alegre, depois se espalhando pelo RS e Brasil, o Movimento da Legalidade, liderado pelo governador Leonel Brizola (com o apoio do III Exército), que exigia o cumprimento da constituição e a posse de João Goulart.

João Goulart – PTB (1961 - 1964):
A posse de João Goulart, foi muito tumultuada. Graças as forças da legalidade seu mandato foi garantido. Época em que movimentos pró e anti-revolucionários eclodiram pelo país o governo Jango foi palco do conflito de interesses da implantação de reformas sociais com o capital internacional. A novidade foi a inédita adoção do sistema Parlamentarista,que deveria ser referendado por um plebiscito, tendo como Primeiro Ministro Tancredo Neves; Realização do plebiscito (6 de janeiro de 1963): de um total de 12 milhões de votos, quase 10 milhões de cidadãos votaram contra o parlamentarismo; Podemos caracterizar o mandato de Jango como governo nacionalista e política externa independente. Outros acontecimenos deste governo :


  • Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social:
  • Reformas de Base:   Reforma Agrária; Reforma Urbana; Reforma Educacional; Reforma Eleitoral; Reforma Tributária.
  • Lei de remessas de lucro para o exterior. Desagradou os interesses das multinacionais que operavam no Brasil.

Os trabalhadores deflagaram greves para pressionar os deputados e senadores na aprovação das reformas, as classes dominantes, em oposição, organizavam ,em várias cidades, as Marchas com Deus pela Liberdade, em São Paulo a Marcha teve como uma de suas líderes a socialite Hebe Camargo. Em 31 de março de 1964 começou o Golpe Civel Militar por Minas Gerais (general Olímpio Mourão Filho, apoiado pelo governador Magalhães Pinto), que recebeu a adesão de unidades no RS, SP e GB. Em 1 de abril Jango deixou Brasília e rumou para Porto Alegre, onde Brizola, com o apoio da BM, tentou convence-lo inutilmente a resistir, ambos fugiram para o Uruguai. Termina assim com um golpe militar a República Populista.