FRASES MARCANTES

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."

(Rui Barbosa).

sábado, 9 de abril de 2011

Conteúdos da I Undade

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (Resumo)


Podemos considerar que as principais causas da Primeira Guerra “Mundial” de 1914 a 1918 são de ordem econômica. Tanto a Alemanha como a Itália queriam uma redivisão do mundo colonial. Os impérios Europeus acirravam os ânimos entre si devido a busca de regiões ricas em matérias primas para suas indústrias e mercados consumidores de produtos industrializados. As potências imperialistas européias não estavam satisfeitas com a divisão do mundo colonial. Os conflitos se agravaram com a entrada da Alemanha (unificada em 1871) e da Itália, que devido a unificação tardia perdem terreno na disputa por colônias.
É ponto pacífico que a Primeira Guerra foi motivada por fator de ordem econômica, no entanto, não foi o único. As raízes do conflito encontram-se nas rivalidades históricas reavivadas por disputas no século XIX, a Europa verificava uma situação que colocava frente a frente uma série de países. Vejamos alguns desses atritos:
· Inglaterra X Alemanha: As duas maiores potências industriais da Europa disputavam os mercados mundiais com extrema tenacidade. A Inglaterra tinha a vantagem de possuir mais colônias na África e na Ásia;
· França X Alemanha: Ao unificar-se a Alemanha, anexou as províncias francesas de Alsácia e Lorena, ricas em ferro e carvão – base para a indústria. Isso estimulou um sentimento revanchista e anti-germânico nos franceses.
· França X Itália: Esses dois países disputavam a posse da Tunísia, na África.
· Rússia X Império Áustro-Húngaro: A Rússia era o maior dos países eslavos, e além de posicionar-se a favor da Sérvia na questão dos Bálcãs, ambicionava formar uma grande nação eslava sob seu comando.
Esses são apenas alguns dos muitos atritos que envolviam as potências européias. A insegurança provocada pelo clima hostil entre as potências, provocou uma verdadeira corrida armamentista preventiva, que ficou conhecida com a hipócrita denominação de Paz Armada. Isso quer dizer que os países procuravam incrementar seu poderio bélico (armamentista), pensando desta forma escapar de investidas de nações inimigas. O antagonismo entre as nações provocou a formação de blocos de países para um possível enfrentamento armado. Os blocos militares formados a partir de então foram os seguintes:
A) TRÍPLICE ALIANÇA: A Alemanha e o Império Austro-Húngaro assinaram, em 1879, um acordo de ajuda militar mútua. A Itália, em represália pela invasão francesa à Tunísia, aderiu à Tríplice Aliança em 1882. Entretanto, posição italiana nessa aliança foi dúbia desde o princípio. Desta forma, secretamente os italianos assinaram um acordo com o bloco rival em caso de guerra, recebendo como recompensa colônias na África.
B) TRÍPLICE ENTENTE: Inicialmente existia um acordo entre França e Inglaterra (Entente Cordiale), no qual a primeira reconhecia as pretensões colonialistas da segunda e esta se comprometia a ajudar a França, no caso de uma agressão alemã. Em 1907 a Rússia adere ao bloco. Formava-se assim a Tríplice Entente. Nos dois casos, entretanto, prevaleceu a máxima “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”, ou seja, os países buscaram se aliar com nações que possuíssem atritos com seus rivais.


A chamada Questão Balcânica, contudo, gerou o evento que desencadeou a Primeira Guerra, e merece um detalhamento maior. Desde a decadência do Império Turco Otomano, a região dos Bálcãs (tome como referência a Grécia) estava em crise. Resumindo, o quadro de crise política na região assim se apresentava:
- A Sérvia apoiava os movimentos nacionalistas eslavos na luta contra as pretensões da Áustria em anexar a região. - A Áustria contrariava o plano de formação de um grande país eslavo sob a liderança da Sérvia; - O Império Russo pretendia ampliar sua influência na região e obter uma saída para o Mar Mediterrâneo; - A Turquia, como ex-potência da região, se aproximou da Alemanha e da Áustria para impedir o avanço russo.


Assim, percebe-se que a região balcânica era um verdadeiro barril de pólvora, como se dizia na época. Só faltava um pretexto para se atear fogo ao estopim desse barril. Isso ocorreu com o assassinato do herdeiro do trono austríaco, o Arquiduque Francisco Ferdinando, que visitava, no dia 28 de junho de 1914, Sarajevo, a capital da Bósnia. Os assassinos eram ligados ao movimento nacionalista sérvio, e, por isso, Áustria declarou guerra à Sérvia no dia 28 de julho do mesmo ano. A Rússia manifestou solidariedade à Sérvia, e a Alemanha declarou guerra à Rússia, no dia 1º de agosto de 1914.
Este horizonte de eventos desencadeava o conflito entre os países das duas alianças. Em 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França, e no dia seguinte, invadiu a Bélgica. Na frente oeste, nos primeiros meses da guerra, a iniciativa coube aos alemães, que tomaram grandes extensões dos territórios belga e francês. Na frente leste, o exército russo parecia vitorioso, conquistando parte da Prússia Oriental (atual território da Polônia, na época pertencente a Alemanha). Estes episódios fazem parte da primeira fase da guerra denominada de Guerra de Movimento. O número de mortos nesta fase foi muito elevado, razão pela qual adota-se uma estratégia mais defensiva sem expor os exércitos em campo aberto às novas tecnologias de guerra e assim inicia-se uma nova fase na guerra.
A segunda fase seria a Guerra de Trincheiras ou Guerra de Posições. Sem condições de manter o ritmo inicial, os exércitos alemães recuaram na frente oeste e retomaram os territórios na frente leste. Depois disso, tanto as forças da Entente como as da Tríplice Aliança mantiveram as posições, sem condições de romper as linhas das forças inimigas. Isso perdurou até praticamente o fim da guerra. Em maio de 1915, a Itália declarou guerra à Alemanha e à Áustria, teoricamente seus aliados. Esta atitude da Itália foi oportunista, esperava lutando ao lado da França e da Inglaterra, obter territórios nas províncias rebeldes e na África. O esforço de guerra começou a ser sentido pelas populações dos países beligerantes. A falta de alimentos, de matérias-primas e as condições de trabalho provocaram greves, motins e levantes operários, principalmente na Alemanha.
Na frente de batalha, o quadro se modificou profundamente depois de abril de 1917. Submarinos alemães afundaram navios norte-americanos, provocando a entrada dos Estados Unidos na guerra. Estes já forneciam armas, munições e alimentos aos aliados. Agora, o peso econômico-industrial “ianque” faria mudar o rumo do conflito. Os alemães não tinham condições de materiais de continuar lutando por muito tempo. Entretanto, convém lembrar que a entrada dos EUA na guerra também se explica pelo fato de que se houvesse vitória da Alemanha, todo investimento estadunidense aplicado nos países da Entente durante os três primeiros anos da guerra estariam perdidos. Ainda no ano de 1917 (outubro/novembro), a Rússia saiu da guerra, depois que os bolcheviques tomaram o poder. Isso deu condições para que a Alemanha prolongasse sua permanência na guerra por mais de um ano. Em 1918, os aliados da Alemanha abandonam a guerra deixando-a sozinha. Na Alemanha, revoltas populares, levantes de soldados e marinheiros paralisavam a máquina de guerra. Exaustos no dia 9 de novembro de 1918, o imperador Guilherme II foi derrubado e substituído por um governo provisório (social-democrata), o qual assinou o armistício com os aliados. A guerra havia acabado. Em janeiro de 1919, começou a Conferência de Paz de Versalhes, que se encerraria em 28 de junho.
Os Termos da Rendição: Em janeiro, o presidente dos EUA, Wilson propôs os seus famosos “14 pontos” para uma paz mais justa. Contudo a intolerância e insistência da França e da Inglaterra exigirem reparações, invalidaram a iniciativa do presidente dos EUA. Numa conferência foi assinado o Tratado de Versalhes, que determinou o seguinte:
· Criação da Liga das Nações, para mediar diplomaticamente os conflitos internacionais. A Liga foi o embrião da ONU, porém, já surgiu com seus poderes pouco efetivos. Isso porque a Alemanha, responsabilizada pela guerra, a Rússia, abalada pela Revolução socialista e os EUA, discordantes do Tratado de Versalhes, ficaram de fora desse organismo;
· Estabelecimento de novas fronteiras. A Alemanha devolveu a Alsácia-Lorena para a França e cedeu territórios para a criação da Polônia como país independente. O território alemão ficou ainda dividido em duas porções pelo corredor polonês, para dar acesso ao mar à Polônia;
· A Alemanha perdia suas colônias e ficava obrigada a desmilitarizar e limitar o efetivo do seu exército a 100 mil homens e a desmantelar as fortificações fronteiriças;
· A Alemanha e seus aliados foram considerados responsáveis pela guerra e condenados a pagar pesadíssimas indenizações. As indenizações exigiram a entrega dos navios acima de mil toneladas e de diversos recursos naturais alemães à exploração dos países vencedores.
Evidentemente, essas imposições eram demasiado pesadas para que a Alemanha pudesse cumpri-las na sua integralidade. Assim, os anos 20 foram tremendamente difíceis para aquele país, gerando um sentimento de frustração e revanche no povo alemão. Neste fato encontramos em outras as origens da 2ª Guerra Mundial.
O Império Áustrro-Húngaro também foi penalizado no Tratado de Saint-Germain, que lhe tirou a saída para o mar e reduziu drasticamente seu território.

O Esfacelamento do Império Otomano e a crise entre palestinos e o Estado de Israel. 
O Império Turco Otomano foi desmembrado. Passam a se chamar respectivamente apenas Áustria e Turquia a partir de então. Um detalhe que normalmente passa desapercebido é que a desintegração do Império Otomano vai ser a semente das futuras desavenças entre palestinos e israelenses, acentuadas após a Segunda Guerra Mundial. Síria, Monte Líbano, Palestina, Meca e Medina eram parte do Império Otomano desintegrado após a guerra, de população majoritariamente árabe e que professavam as seguinte religiões: o islamismo, o cristianismo e o judaismo. Inglaterra e França ignoram as reivindicações árabes para formar países independentes, pois visavam resguardar os interesses colonialistas dos paises vitoriosos da guerra. A Liga das Nações, em 1922, resolve dividir a região em mandatos(territórios) que seriam administrados por França e Inglaterra por períodos determinados. Neste mesmo ano a Carta da Liga das Nações continha uma determinação que um dos objetivos do mandato inglês na Palestina seria a criação de um território judeu e com a condição de não ferir os interesses da população não judaíca que habitava a região. Ao passo que os paises vizinhos conquistavam sua independência a Palestina mantinha-se sob o controle britânico. Paralelamente o movimento Sionista começa a organizar a migração em massa de judeus para a Palestina deslocando a força a população árabe existente a fim de estabelecer os assentamentos judaícos. Assim, iniciam os primeiros choques violentos entres árabes e judeus provenientes da Europa Oriental. Importante ressaltar que o conflito dos anos 20 não foram de natureza religiosa,mas política. A partir de 1936 eclodiram várias revoltas dos palestinos que contabilizaram aos milhares entre mortos e feridos e outros milhares de presos. O partido nacional palestino exigia já desde àquela época a formação de um governo palestino autônomo. Contudo sem conseguir manter a ordem na Palestina e incapaz de entregar um Estado aos judeus sem ferir os direitos e causar revoltas dos palestinos a Inglaterra entrega o mandato (território) a ONU. A política internacional inglesa havia fracassado.   

As mudanças geopolíticas   
No novo mapa europeu criado, a partir desses tratados, surgem novos países como Hungria, Polônia, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Finlândia. Fora da Europa, surgem regiões do espólio do Império Turco-Otomano que originaram os atuais países do Oriente Médio, tais como Jordânia, Síria, Líbano, Iraque.
No âmbito das relações econômicas e sociais, a I Guerra Mundial deu aos EUA a condição de maior potência econômica mundial. Os EUA entraram na guerra como devedores e saíram como credores. A Primeira Guerra Mundial trouxe também um nefasto saldo de algo em torno de 14 milhões de mortes. Pior do que isso, essa guerra, que antes de começar dizia-se que acabaria com todas as outras guerras, apenas acirrou ainda mais os ânimos dos países europeus, uma lamentável realidade que encaminharia a II Guerra Mundial, com danos ainda maiores.
Para saber mais clique no link: http://www.sohistoria.com.br/ef2/primeiraguerra/
O MAPA EUROPA ANTES DA 1ª GRANDE GUERRA


MAPA DA EUROPA APÓS A GUERRA DE 1914 A 1918.

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